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Ministro da Justiça alemão considera "irresponsável" ligação com refugiados
O ministro alemão da Justiça considera "totalmente irresponsável" uma eventual ligação entre os refugiados e os atentados de Paris "sem provas", salientando que o passaporte sírio encontrado junto a um dos terroristas é "provavelmente uma falsificação".
"Sabemos que são deixadas provas de forma consciente, para politizar e radicalizar ainda mais o debate sobre os refugiados", afirmou Heiko Maas, numa entrevista à televisão pública alemã.
O ministro alemão disse também que o seu Governo está consciente da necessidade de ordenar os fluxos de refugiados e registar quem cruza as fronteiras, salientando, no entanto, que isso já era feito antes do ataque em Paris, que causou a morte a 129 pessoas e mais de 400 feridos.
Sobre o risco de atentados na Alemanha, o ministro disse que "não é maior do que antes" dos ataques em Paris, já que o país também é "alvo dos terroristas".
Segundo Heiko Maas, de momento não há indícios de que o terrorista que fugiu de França tenha viajado para a Alemanha.
"Estamos a fazer o que é humanamente possível para minimizar ao máximo os riscos", concluiu.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado passado, em comunicado, os atentados de sexta-feira à noite em Paris, que causaram 129 mortos, entre os quais dois portugueses.
De acordo com o último balanço feito pelos hospitais, das 415 pessoas que foram atendidas nos hospitais após os ataques, pelo menos 42 feridos continuavam no domingo à tarde em vigilância intensiva em unidades de reanimação.
Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espectáculos (Bataclan) e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol amigável entre as selecções de França e da Alemanha, com a presença do chefe de Estado francês, François Hollande.
O primeiro dos autores dos ataques de Paris a ser identificado pela polícia, Ismael Omar Mostefai, é alegadamente filho de uma portuguesa e de um argelino, segundo noticiou domingo o New York Times, citando o presidente da câmara de Chartres.