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Merz e Laschet entram na corrida pela liderança da CDU de Merkel

O antigo rival da chanceler e o primeiro-ministro do Estado federado da Renânia do Norte-Vestefália anunciaram esta terça-feira que serão candidatos à liderança dos conservadores alemães (CDU). Já são três os candidatos à eleição marcada para 25 de abril.

Lusa/EPA
25 de Fevereiro de 2020 às 13:09
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Friedrich Merz (na foto em baixo) e Armin Laschet (na foto em cima, à direita) anunciaram esta terça-feira, 25 de fevereiro, que serão candidatos à liderança dos democratas-cristãos alemães (CDU) na eleição marcada para 25 de abril.

O antigo rival de Angela Merkel e também ex-líder parlamentar da CDU e o atual primeiro-ministro do Estado federado da Renânia do Norte-Vestefália vinham sendo apontados como prováveis candidatos à sucessão da líder demissionária, Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK).

"Esta decisão é uma decisão sobre a direção para a CDU. Não é nenhum rompimento com o passado mas um início e uma renovação para o futuro. A CDU tem de olhar em frente", afirmou Merz em conferência de imprensa realizada esta manhã em Berlim e citado pela emissora germânica DW.

Há muito um crítico de Merkel, embora se tivesse vetado a algum afastamento da vida política, Merz foi um dos candidatos derrotados na eleição interna de 2018 que conduziu a protegida da chanceler, Annegret Kramp-Karrenbauer, à chefia dos conservadores alemães. AKK anunciou recentemente que está de saída da liderança da CDU e que não será candidata a chanceler.

O outro candidato derrotado nessa disputa interna foi Jens Spahn (na foto em cima, à esquerda), atual ministro da Saúde, rosto da ala mais conservadora da CDU e um dos mais notórios críticos internos das escolhas políticas de Merkel, designadamente o posicionamento moderado e ao centro preconizado pela chanceler bem como a política de portas abertas aos refugiados.

Surpreendentemente, até porque era visto como provável candidato, Spahn surgiu esta manhã ao lado de Armin Laschet quando o líder do governo regional da Renânia do Norte-Vestefália revelou estar na corrida à liderança do partido. Spahn colocou-se de fora da disputa e anunciou que será vice-líder de Laschet se este vencer a eleição ontem marcada para o próximo dia 25 de abril.

Friedrich Merz deixou as lides políticas em 2009 para se dedicar ao mundo da alta finança, tendo sido "chairman" do maior fundo de investimento mundial, BlackRock, tendo regressado com surpresa à atividade político-partidária em 2018 para concorrer à liderança da CDU.

Já Armin Laschet foi jornalista e eurodeputado e, durante a crise migratória de 2015, esteve ao lado de Merkel quando a política da chanceler permitiu a entrada de 1 milhão de requerentes de asilo num curto espaço de tempo.

Depois dos anúncios desta manhã são já três os candidatos conhecidos à sucessão de AKK, visto que o antigo ministro do Ambiente e a atual presidente do comité parlamentar de Negócios Estrangeiros do Bundestag, Norbert Röttgen, anunciou a respetiva candidatura na semana passada. Se Laschet  conta com Spahn para número dois, tanto Merz como Röttgen adiantaram que terão uma mulher como vice. O ministro da Economia e braço direito da chanceler, Peter Altmaier, continua a ser apontado como possível candidato.

Apesar de o líder em exercício da CDU não ter de ser candidato a chanceler, tudo indica que vai manter-se a norma de que o próximo presidente dos democratas-cristãos da Alemanha seja também o concorrente a chanceler nas eleições gerais previstas para 2021. Angela Merkel assegurou que, ao contrário do que aconteceu há dois anos, desta vez não irá interferir na eleição, o que significa que não vai conferir apoio público a nenhum dos candidatos. 

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