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Itália vê nova crise política no horizonte próximo

Vislumbram-se novamente tempos conturbados na política italiana. Depois das dificuldades para formar governo, em Fevereiro do ano passado, e das controvérsias com Berlusconi, agora a agitação acontece no seio do principal partido do governo.

10 de Fevereiro de 2014 às 11:19
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A incapacidade de Itália retomar o crescimento já vem de há alguns anos a esta parte, mas parece, agora, ganhar redobrada importância no espectro político italiano, mesmo que seja apenas um argumento utilizado como pretexto para algo mais. Matteo Renzi, presidente da câmara de Florença e líder do Partido Democrático (PD), assume-se cada vez mais como o grande aglutinador de apoios no centro esquerda transalpino e como principal adversário do companheiro de partido e actual primeiro-ministro Enrico Letta. Renzi poderá ter em vista a liderança do país para além da liderança do PD.

 

Desde que Renzi assumiu a liderança do PD em Dezembro do último ano, a incapacidade de Letta retomar o caminho do crescimento instalou novamente grandes dúvidas sobre a viabilidade do governo vigente. O edil de Florença apesar de ser secretário-geral há apenas dois meses, conseguiu feitos notáveis. Primeiro conseguiu negociar com o antigo primeiro-ministro, Sílvio Berlusconi, que era dado como morto politicamente depois da sua condenação a prisão domiciliária, a prestação de serviço comunitário e à expulsão do Senado, a aprovação de uma nova lei eleitoral. Conseguiu também garantir um acordo de princípio para a alteração do sistema bicameral (composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado), que tem sido progressivamente encarado como factor maior para a instabilidade política de Roma.

 

Em Fevereiro do ano passado, Giorgio Napolitano, presidente de Itália, acabou por nomear Letta para a chefia do governo, mesmo tendo sido Pier Luigi Bersani a vencer as eleições, dado o impasse imposto por um sistema que obriga a consensos pós eleitorais. O jornal espanhol "El País" escreve que Renzi pondera tirar partido do desgaste de Letta que conseguiu a proeza de ter patrões e sindicatos contra a política do actual governo. Para o próximo dia 20 está marcada uma reunião da direcção do PD, que poderá trazer algumas indicações sobre o futuro.

 

O "El País" escreve esta segunda-feira que entre hoje e terça-feira Letta deverá encontrar-se com Napolitano para decidir o futuro próximo do Executivo. Sabe-se que Napolitano põe de parte a realização de novas eleições, apenas um ano depois das últimas legislativas, e que não gostaria de nomear Renzi primeiro-ministro, no que seria a terceira vez que o presidente dava posse a um líder de governo sem que esse fosse sufragado, depois do já sucedido com Mario Monti e Letta.

 

O futuro, de acordo com alguns analistas italianos, poderá passar, no imediato, por uma remodelação governativa que coloque algumas pessoas próximas de Renzi no Executivo. Se for essa a solução, ver-se-á como irá reagir o actual parceiro de coligação governativa e antigo delfim de Berlusconi, Angelino Alfano. O futuro próximo antevê dificuldades. 

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