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Itália: PIB a cair e desemprego a aumentar deixam Salvini e Di Maio em apuros
A economia italiana encolheu no terceiro trimestre, interpondo uma série de 14 trimestres seguidos de expansão, e o desemprego aumentou em Outubro para 10,6%. A evolução dos indicadores económicos complica ainda mais a vida do governo italiano e a intenção de prosseguir com um orçamento expansionista.
Depois de Bruxelas ter chumbado, por duas vezes, as propostas de orçamento feitas pelo governo italiano, agora são os mais recentes dados económicos a complicar ainda mais a vida do Executivo populista transalpino.
O instituto oficial de estatísticas de Itália (Istat) reviu em baixa a leitura preliminar à evolução do PIB transalpino no terceiro trimestre, que terá encolhido 0,1% face aos três meses anteriores, variação que a confirmar-se interrompe um ciclo de 14 trimestres seguidos de expansão. A estimativa anterior apontava para uma variação nula.
Ainda assim, em termos homólogos o produto italiano cresceu 0,7% entre Julho e Setembro deste ano relativamente a igual período do ano passado.
O Istat também revelou os dados mais recentes relativos à evolução da taxa de desemprego que, em Outubro, cresceu 0,2 pontos percentuais para 10,6%. Já a taxa de desemprego no terceiro trimestre recuou 0,2 pontos face aos três meses anteriores.
Nota ainda para o desemprego jovem que em Outubro aumento face ao mês anterior para 32,5%, um valor que mesmo assim fica 1,6 pontos percentuais abaixo da taxa de desocupação jovem verificada no mesmo mês de 2017.
O elevado desemprego jovem continua a ser um dos principais problemas da economia italiana. Os planos de Di Maio (5 Estrelas) e de Matteo Salvini (Liga) passam precisamente por facilitar o acesso a reformas antecipadas por forma a libertar postos de trabalho para os jovens.
Esta deterioração dos indicadores-chave da economia transalpina colocam ainda mais entraves à pretensão do governo de aliança entre o 5 Estrelas e a Liga prosseguir um orçamento com enorme aumento da despesa em 2019.
O executivo chefiado por Giuseppe Conte estima que o PIB italiano cresça 1,2% em 2018, meta que para ser alcançada obriga a um crescimento de 1,2% no quarto trimestre, objectivo que, tendo em conta os sinais de abrandamento económico na Zona do Euro, parece difícil de alcançar.
A Comissão Europeia já havia considerado demasiado optimistas as projecções económicas que constam do esboço orçamental proposto por Roma. Agora, com a revisão em baixa do PIB e o aumento do desemprego, as metas orçamentais definidas pelo ministro italiano das Finanças, Gioavanni Tria, tenderão a ser olhadas ainda com maior desconfiança em Bruxelas.