A Microsoft, Amazon, Pfizer ou Morgan Stanley foram algumas das empresas que contribuíram para o bolo de 15 mil milhões de euros angariados no "Choose France" - mega evento anual através do qual o Presidente francês, Emmanuel Macron, tenta angariar capital de grandes conglomerados estrangeiros. O valor, adiantado esta segunda-feira pelo chefe de Estado, ultrapassa, assim, o total angariado no ano passado (13 mil milhões de euros).

Na abertura do "Choose France", que decorre esta segunda-feira no Palácio no Eliseu com a presença de mais de 180 CEO e executivos de empresas - Emanuel Macron revelou ainda que o investimento é oriundo de 56 projetos empresariais e destacou, entre os principais setores, a tecnologia, inteligência artificial e banca.

A Microsoft é uma das empresas que se comprometeu a investir no país. Segundo Brad Smith, vice-presidente da gigante norte-americana, vão investir 4 mil milhões de euros direcionados sobretudo para a área da inteligência artificial e num "data center" em Mulhouse, disse, citado pelo Le Figaro.

Como já tinha sido divulgado, a Amazon vai injetar mais 1,2 mil milhões de euros, que potencialmente poderão levar à criação de três mil novos postos de trabalho. O montante será aplicado em logística e em capacidade de computação, na divisão AWS, o serviço de "cloud" da tecnológica.

Também as farmacêuticas Pfizer e Astrazeneca realizarão investimentos que, combinados, chegarão perto dos mil milhões. A primeira reinvestirá 500 milhões de euros e a segunda tem 365 milhões destinados à região de Dunkirk.

Por sua vez, o banco norte-americano Morgan Stanley deverá aumentar o número de trabalhadores no país para os 500 até 2025. A ideia, segundo o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, será criar em França um "hub" de "global research".  

Além destes, têm sido feitos outros anúncios de investimentos, no âmbito do "Choose France". Os bancos First Abu Dhabi Bank e o Nigeria’s Zenith Bank deverão abrir escritórios em Paris. A suíça KL1 vai investir 300 milhões e criar 200 empregos. A startup alemã Lilium tem um investimento previsto de 400 milhões, associado à criação de 850 postos de trabalho.

Ainda o consórcio europeu FertigHy planeia construir uma central no norte do país para produzir fertilizante de nitrogénio com baixo teor de carbono, num investimento de 1,3 mil milhões de euros previsto até 2030. Já o grupo belga Solvay quer lançar uma unidade de produção de terras raras nas suas instalações em La Rochelle com 100 milhões de euros.

O mega evento, que em 2024 vai na sua sétima edição, faz parte dos planos de Macron de reindustrializar o país, simplificar a legislação e atrair capital estrangeiro, de forma a tornar a França num "hub" financeiro de relevo da época pós Brexit.