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Fatura da luz sobe na UE até junho. Países Baixos disparam 900% e Portugal cai 6%
O preço médio pago pelos consumidores pelo gás na UE alcançou um recorde. Ainda assim, o Eurostat garante que os preços da luz e do gás estão a "estabilizar". O preço pago pelos consumidores portugueses pela eletricidade caiu 6% durante este período.
Os preços médios da eletricidade pagos pelos consumidores continuam a registar um aumento, em termos homólogos, no primeiro semestre, de 25,3 euros por 100 kWh para 28,9 euros por 100 kWh, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat.
Os preços médios pagos pelo gás também aumentaram face ao mesmo período de 2022, passando de 8,6 euros por 100 kWh para 11,9 euros por 100 kWh, o mais elevado de sempre (desde que o Eurostat começou este trabalho estatístico).
Olhando para a fiscalidade sobre a energia, o peso dos impostos nas faturas da eletricidade caíu de 23% no primeiro semestre do ano passado para 19% entre janeiro e junho deste ano.
Ainda nesta matéria, o gabinete europeu de estatística destaca que, atualmente, todos os governos da UE apoiaram os consumidores com subsídios ou coma redução de impostos para mitigar os custos com a energia.
Preços da eletricidade e gás subiram em quase todos os países do bloco
Entre janeiro e junho, 22 dos 27 Estados-membros da UE viram os preços de eletricidade pagos pelos consumidores aumentarem. A maior subida (calculada com base na divisa de cada país) ficou a cargo dos Países Baixos, com uma escalada de 953%, em termos homólogos. Lituânia (+88%) e Roménia (+77%) fecham o pódio.
Ainda assim, o Eurostat recorda que "será incorporado um limite máximo nos preços, o que irá reduzir os preços de forma bastante significativa este ano".
Por outro lado, Espanha (-41%) e Dinamarca (-16%) registaram as maiores quedas dos preços pagos pelos consumidores pela eletricidade.
Portugal (-6%), Malta (-3%) e Luxemburgo (-0,4%) registaram quedas de menor dimensão.
Em termos nominais, e denominando os cálculos em euros, os consumidores da Bulgária (11,4 euros por 100 kWh), Hungria (11,6 euros) e Malta (12,6 euros) foram os que menos pagaram pela conta da luz, enquanto as famílias dos Países Baixos (47,5 euros), Bélgica (43,5 euros), Roménia (42,0 euros) e Alemanha (41,3 euros) foram os que pagaram mais.
No que diz respeito aos preços do gás o aumento também foi generalizado, com 20 dos 24 Estados-membros da UE que comunicam o preço do gás ao Eurostat a registarem aumentos.
Letónia (139%), Roménia (134%), Áustria (103%), Países Baixos (99%) e Irlanda (73%) comandam a tabela. Já a Estónia, a Croácia e a Itália registaram as quedas mais expressivas (entre -0,6% e -0,5%). Na Lituânia o preço ficou praticamente inalterado.
Em termos nominais, Hungria (3,4 euros por 100 kWh), Croácia (4,1 euros) e Eslováquia (5,7 euros) foram os países onde se pagou menos pela conta do gás no primeiro semestre. Situação inversa foi a dos Países Baixos (24,8 euros), Suécia (21,9 euros) e Dinamarca (16,6 euros).
Apesar destas subidas, o Eurostat garante "depois de um aumento significativo dos preços que começou antes da invasão russa à Ucrânia e que disparou ao longo do segundo semestre de 2022, os preços da eletricidade e do gás estão a estabilizar".