Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Eurogrupo destaca papel do investimento privado sem subscrever relatório Draghi

Declaração final da reunião dos ministro das Finanças diz que fundos públicos têm “um papel importante”, mas são escassos, e que devem ser privados a assegurar aumento do investimento europeu.

A mudança de posição de Dublin foi anunciada pelo ministro das Finanças irlandês, Paschal Donohoe, no final de uma reunião do Governo chefiado por Micheál Martin.
Yves Herman/Reuters
04 de Novembro de 2024 às 20:14
  • ...

Os ministros das Finanças da Zona Euro apostam na dinamização do mercado de capitais europeu para garantir o aumento do investimento privado e o reforço da competitividade da União Europeia, minimizando o papel que novo financiamento comum dos 27 possa ter para contrariar a perda de capacidade do bloco para concorrer face a Estados Unidos ou China.




Após uma reunião destinada, esta segunda-feira, a discutir as perspetivas económicas para a área do euro e também a competitividade, a declaração final menciona apenas por uma vez o relatório sobre "O Futuro da Competitividade Europeia" produzido pelo italiano Mario Draghi, e acaba por não subscrever o documento e respetivas recomendações. O antigo presidente do Banco Central Europeu, recorde-se, sinalizou necessidades de investimento anual adicional na UE de até 800 mil milhões de euros e defendeu novas emissões de dívida comum para assegurar parte deste valor.




"Reconhecemos as necessidades de financiamento significativas associadas às transições digital e ambiental, às novas prioridades de defesa e à investigação e desenvolvimento. Num momento em que as finanças públicas foram afetadas por múltiplas crises e uma consolidação orçamental sustentada e gradual é necessária, o investimento necessário deve primariamente ter origem em fontes privadas", reflete a comunicação final.




Para tal, o Eurogrupo liderado pelo irlandês Paschal Donohoe vê como urgente o "aprofundamento da União do Mercado de Capitais", dizendo aguardar propostas da Comissão Europeia para reduzir a fragmentação e barreiras regulatórias. A tarefa, recorde-se, estará a cargo da comissária portuguesa Maria Luís Albuquerque no novo executivo europeu. Os ministros dizem-se ainda comprometidos com o objetivo de completar a União Bancária.




Já no que diz respeito a fundos públicos europeus, estes terão "um papel importante", mas apenas para atrair investimento privado, com a declaração do Eurogrupo a remeter para os estatutos do Banco Europeu de Investimento, que tem essa função no seio da UE. "O financiamento europeu deve focar-se em áreas nas quais o bens públicos podem ser fornecidos mais eficazmente de forma conjunta", defende-se.




Da reunião que decorreu em formato inclusivo – isto é, também com governantes de países que não integram a Zona Euro – resultou também a defesa da ideia de que "as políticas industriais devem ser limitadas na abrangência, orientadas para o futuro, visando criar um ambiente de negócios favorável para o aumento do investimento e focada em sectores e tecnologias, ao invés de empresas individuais". Por outro lado, a declaração afirma que "deve ser mantida uma aplicação efetiva das regras de ajudas de Estado" para assegurar o ambiente concorrencial.




O tema da competitividade europeia voltará a ser discutido em Conselho Europeu informal marcado para esta sexta-feira, em Budapeste, Hungria.

Ver comentários
Saber mais Investimentos relatório Draghi União Europeia Eurogrupo zona euro união de mercado de capitais BEI
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio