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Economia alemã contraiu 0,3% em 2023 mas escapou à recessão técnica
Maior economia europeia viu o PIB cair 0,3% em 2023, ano marcado pela guerra na Ucrânia e em Gaza. Contração é explicada pela inflação que levou um corte nos gastos das famílias e por um recuo na procura externa. Em termos trimestrais, Alemanha escapou à recessão.
A economia da Alemanha encolheu 0,3% em 2023, segundo a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo gabinete de estatísticas alemão Destatis. O desempenho da maior economia europeia foi prejudicado pela inflação, ainda elevada, que levou um corte nos gastos das famílias e a um recuo na procura externa.
"Embora o PIB ajustado em 2023 tenha sido 0,7% superior ao nível registado antes da pandemia em 2019, o crescimento económico geral estagnou num ambiente ainda assolado pela crise", referiu Ruth Brand, economista-chefe do Destatis, sublinhando que a retoma pós-pandemia "não se manteve" no ano passado.
A contração registada no ano passado compara com um crescimento homólogo de 1,8% no PIB alemão em 2022. Ruth Brand explicou que, em termos gerais, a subida generalizada dos preços "prejudicou a economia", apesar de os preços de venda ao consumidor estarem já num processo de desaceleração.
Os gastos das famílias encolheram 1,1% face ao ano passado, ficando "ainda mais abaixo" do nível registado em 2019. Essa evolução é explicada principalmente pela inflação. O Destatis estima que a média anual do índice de preços no consumidor (IPC) tenha sido de 5,9%, menos um ponto percentual face a 2022.
O corte nos gastos familiares deu-se sobretudo em produtos cujos preços mais subiram no ano passado. Foi o caso dos bens alimentares, bebidas e tabaco, cujos gastos caíram 4,5%, assim como os bens duradouros, como móveis e eletrodomésticos, cujos gastos contraíram 6,2%.
A crise energética e as tensões geopolíticas na Ucrânia e em Gaza prejudicaram também a confiança dos empresários, investidores e consumidores, levando a uma menor procura. O comércio internacional perdeu força e as exportações alemãs caíram 1,8% face a 2022, prejudicando o dinamismo económico alemão.
Em termos trimestrais, o PIB alemão caiu 0,3% no quatro trimestre. Porém, o país conseguiu escapar à recessão, depois de o Destatis ter revisto em alta a evolução da economia no terceiro trimestre, de uma contração de 0,1% para uma estagnação. Assim, a Alemanha conseguiu evitar dois trimestres consecutivos de contração económica, que configurariam uma recessão técnica.
"As condições recessivas que se arrastam desde o final de 2022 parecem destinadas a continuar este ano. É certo que a recente queda da inflação deverá proporcionar algum alívio às famílias, mas é provável que o investimento contraia, a construção caminha para uma recessão acentuada e o Governo está a apertar fortemente a política orçamental", indica Andrew Kenningham, economista da Capital Economics, para quem o crescimento alemão deste ano será nulo.
(notícia atualizada às 10:36)
"Embora o PIB ajustado em 2023 tenha sido 0,7% superior ao nível registado antes da pandemia em 2019, o crescimento económico geral estagnou num ambiente ainda assolado pela crise", referiu Ruth Brand, economista-chefe do Destatis, sublinhando que a retoma pós-pandemia "não se manteve" no ano passado.
Os gastos das famílias encolheram 1,1% face ao ano passado, ficando "ainda mais abaixo" do nível registado em 2019. Essa evolução é explicada principalmente pela inflação. O Destatis estima que a média anual do índice de preços no consumidor (IPC) tenha sido de 5,9%, menos um ponto percentual face a 2022.
O corte nos gastos familiares deu-se sobretudo em produtos cujos preços mais subiram no ano passado. Foi o caso dos bens alimentares, bebidas e tabaco, cujos gastos caíram 4,5%, assim como os bens duradouros, como móveis e eletrodomésticos, cujos gastos contraíram 6,2%.
A crise energética e as tensões geopolíticas na Ucrânia e em Gaza prejudicaram também a confiança dos empresários, investidores e consumidores, levando a uma menor procura. O comércio internacional perdeu força e as exportações alemãs caíram 1,8% face a 2022, prejudicando o dinamismo económico alemão.
Em termos trimestrais, o PIB alemão caiu 0,3% no quatro trimestre. Porém, o país conseguiu escapar à recessão, depois de o Destatis ter revisto em alta a evolução da economia no terceiro trimestre, de uma contração de 0,1% para uma estagnação. Assim, a Alemanha conseguiu evitar dois trimestres consecutivos de contração económica, que configurariam uma recessão técnica.
"As condições recessivas que se arrastam desde o final de 2022 parecem destinadas a continuar este ano. É certo que a recente queda da inflação deverá proporcionar algum alívio às famílias, mas é provável que o investimento contraia, a construção caminha para uma recessão acentuada e o Governo está a apertar fortemente a política orçamental", indica Andrew Kenningham, economista da Capital Economics, para quem o crescimento alemão deste ano será nulo.
(notícia atualizada às 10:36)