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Dallara: Austeridade cria sentimento de que vivemos numa crise sem fundo

Charles Dallara acredita que a Alemanha terá de adaptar a sua estratégia de resposta à crise, à necessidade de programas de crescimento e que a Grécia vai cumprir o acordo que assinou com a troika.

Dallara: Austeridade cria sentimento de que vivemos numa crise sem fundo
08 de Maio de 2012 às 13:09
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O director-geral do Instituto de Finanças Internacionais (IFI), Charles Dallara, acredita que a política de austeridade está a minar a confiança dos agentes económicos e que é necessário dar maior atenção às reformas estruturais de crescimento.

“Se conseguirmos recuperar a confiança dos investidores internacionais, podemos alterar a situação na Grécia. As atenções têm estado demasiado focadas nos cortes orçamentais de curto prazo e isto criou a sensação de que esta crise não tem fundo”, afirmou Dallara, em entrevista à cadeia de televisão norte-americana CNBC.

Na Grécia, “temos de permitir que o processo desenvolva gradualmente. Vamos demorar algum tempo a conseguir resultados aqui mas quando a poeira assentar, teremos um Governo formado que vai perceber que tem poucas alternativas a preservar muitos aspectos do programa de reformas da economia”, salientou.


Europa terá de flexibilizar metas orçamentais de curto prazo

O resultado das eleições em França também é visto como um desenvolvimento positivo, no que diz respeito à resposta da Europa à crise, segundo o responsável que representou a banca na renegociação da dívida grega.

“Vimos que o quadro político de apoio às políticas económicas da Europa se modificou”, afirmou Charles Dallara. “As atenções estiveram demasiado concentradas nos cortes orçamentais de curto prazo e isso criou a sensação de que a crise não tem fundo”, explicou.

“Penso que a Alemanha terá, em conjunto com outros parceiros europeus, de reavaliar a actual estratégia económica e de considerar adaptações para pôr a Europa num percurso de recuperação mais credível”, disse, referindo que os custos da recuperação europeia não são proibitivos para as maiores economias.

“É necessário procurar um novo equilíbrio na equação de crescimento-austeridade e flexibilizar o plano de ajustamento orçamental num conjunto de países”, disse, admitindo que isto pode representar um acréscimo das necessidades de financiamento para as maiores economias da Zona Euro.

“Isto pode exigir mais financiamento nos próximos anos, mas é uma abordagem muito menos dispendiosa do que deixar que a situação se deteriore em países como a Grécia, Portugal, Espanha e Itália a ponto de eles terem maiores dificuldades”, disse.

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