Notícia
Costa responsabiliza Grupo de Visegrado e Salvini por cimeira "muito frustrante"
"Acho que tudo correu mal e obviamente o resultado é muito frustrante", disse o primeiro-ministro português.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje "muito frustrante" o desfecho da ‘maratona’ em Bruxelas em torno das nomeações para os cargos de topo europeus, responsabilizando o Grupo de Visegrado e o "senhor Salvini" pelo novo fracasso nas negociações.
"Bom, eu acho que tudo correu mal e obviamente o resultado é muito frustrante", começou por dizer, à saída da reunião, lamentando "a incapacidade do Conselho de tomar decisões e de construir soluções que tenham o apoio maioritário quer no Conselho, quer no Parlamento Europeu", apontando o dedo ao ‘quarteto’ formado por Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia (o chamado Grupo de Visegrado), bem como ao ministro do Interior italiano e líder da Liga do Norte (extrema-direita), Matteo Salvini.
Segundo António Costa, a maratona negocial "foi um exercício em que alguns membros do Conselho, de todas as famílias políticas, se empenharam muito profundamente, de forma a procurar encontrar uma solução", mas, salientou, "houve infelizmente algumas forças que se deixaram capturar por aqueles que querem dividir a Europa, a partir do grupo de Visegrado ou de posições como a do senhor Salvini, e que, limitados por essas pressões, acabaram por ser incapazes de sustentar os acordos que foram sucessivamente sendo estabelecidos".
Merkel espera acordo na terça-feira
A chanceler alemã, Ângela Merkel, disse hoje acreditar que os líderes europeus chegarão a um consenso na terça-feira sobre os cargos de topo na UE, depois de uma cimeira de mais de 18 horas que foi adiada sem acordo.
"Espero que, com boa vontade, seja possível chegar a um compromisso", disse Merkel, em declarações aos jornalistas após a decisão do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de suspender os trabalhos mais de 18 horas depois do início da reunião em que se deveria ter chegado a um acordo sobre as nomeações para os cargos de topo da União Europeia (UE).
A chefe do Governo alemão reconheceu que as discussões são "complexas".
Os trabalhos foram hoje suspensos e serão retomados na terça-feira às 11:00 em Bruxelas (10:00 de Lisboa).