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Conservadores e unionistas chegam a acordo no Reino Unido

Os unionistas da Irlanda do Norte e os conservadores britânicos chegaram esta segunda-feira a acordo para apoio ao governo de Theresa May. Em contrapartida, há mais 1.000 milhões de libras a entrar nos cofres de Belfast.

Reuters
26 de Junho de 2017 às 11:20
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Quase três semanas depois de o Partido Conservador ter perdido a maioria absoluta no Parlamento britânico, as conversações com o Partido Unionista Democrático (DUP na sigla em inglês) da Irlanda do Norte resultaram num acordo.

As negociações, que decorriam há duas semanas, têm um ponto final com fumo branco na manhã desta segunda-feira, 26 de Junho. O acordo foi assinado na residência oficial da primeira-ministra, o número 10 de Downing Street em Londres, na presença de Theresa May e Arlene Foster, a líder dos unionistas.

O entendimento garante o apoio dos dez deputados do DUP na Câmara dos Comuns, mas não revestirá a forma de coligação, com a exclusão dos unionistas de funções governativas.

As conversações entre os dois partidos abordaram formas de apoio financeiro à Irlanda do Norte e as condições de saída do Reino Unido da União Europeia, que os unionistas não querem que reforce a fronteira com a Irlanda.

Tal como inicialmente previsto, o acordo de "confiança e apoio" - como será conhecido - vai colocar os dez deputados unionistas a secundar as iniciativas do governo britânico em áreas-chave, garantindo também o apoio em momentos como a votação do orçamento, cujo chumbo pode pôr a continuidade do executivo em causa, ou em moções de confiança, bem como no Discurso da Rainha.

Além disso, será garantido apoio ainda nas matérias relacionadas com o Brexit. Outros assuntos serão objecto de análise caso a caso e será criado um comité coordenador para pôr em prática o acordo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, comprometeu-se com apoio de mais 1.000 milhões de libras para a Irlanda do Norte - dependente de um novo acordo de partilha de poder -, como contrapartida do apoio parlamentar, a juntar aos 2.500 milhões canalizados nos últimos três anos. 

O investimento em infra-estruturas deverá ascender a 400 milhões de libras em dois anos, a que acrescem mais 150 milhões de euros para o desenvolvimento da banda larga no território.

As áreas da saúde e da educação receberão 350 milhões de libras adicionais - para acorrer a necessidades urgentes e à transformação do sector, além do apoio à saúde mental. Já para fazer frente a bolsas de pobreza, a Irlanda do Norte receberá 100 milhões de libras ao longo de cinco anos.

A rede diplomática internacional fará a promoção internacional da Irlanda do Norte como destino de investimento estrangeiro, havendo ainda o compromisso de dispersão de empregos públicos por todo o território do Reino Unido. 

A acrescer a este apoio financeiro está ainda a garantia da manutenção do "triple lock" para as pensões (aumento anual das pensões no Reino Unido indexado ou à inflação, ou à evolução do rendimento médio ou a um valor mínimo de 2,5%) e manter o nível de investimento nas Forças Armadas em 2% do PIB.

Os conservadores garantiram ainda em dar particular atenção às especificidades do sector agrícola na Irlanda do Norte durante as negociações para o Brexit, mantendo ainda o actual apoio financeiro àquela área da economia. É ainda renovado o compromisso com o Acordo de Belfast.

"Congratulo-me com este acordo que nos permitirá trabalhar em conjunto no interesse de todo o Reino Unido e nos dará a certeza de que precisamos enquanto embarcamos na saída da União Europeia e ajudar-nos-á a construir uma sociedade mais forte e justa," afirmou Theresa May, citada pelo The Guardian.

"Estamos satisfeitos por ter alcançado este acordo, que penso que contribui, obviamente, para a estabilidade nacional. No que diz respeito ao executivo da Irlanda do Norte, é claro que estamos empenhados em vê-lo regressar tão breve quanto possível, porque acreditamos que precisamos de uma voz forte para a Irlanda do Norte quando negociarmos no âmbito do Brexit, disse a líder dos unionistas, Arlene Foster.



May avisou no entanto que o tempo urge para restabelecer um governo de partilha de poder em Belfast, que terá de ser alcançado pelos partidos até 29 de Junho. "Espero que os partidos olhem para lá das suas diferenças e se unam," apelou a primeira-ministra.

(Notícia actualizada às 12:22)

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