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Catalunha já tem governo após sete meses conturbados

A cerimónia de hoje também marca o fim da intervenção directa de Madrid na Catalunha, iniciada em 27 de Outubro do ano passado na sequência da declaração de independência aprovada pelo parlamento regional.

02 de Junho de 2018 às 12:44
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O novo Governo independentista da Catalunha tomou posse ao fim da manhã, pondo fim a um período de sete meses em que as forças separatistas tentaram, sem sucesso, eleger membros detidos ou fugidos no estrangeiro.

 

A posse tem lugar depois de, na passada terça-feira, o novo presidente do executivo catalão, Quim Torra, ter aceitado substituir quatro candidatos a ministro regional que estão na prisão ou fugidos no estrangeiro, acusados de delitos de rebelião no quadro do processo de independência.

 

Esta segunda lista com a composição do Governo regional (Generalitat) foi aprovada pelo executivo central liderado por Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), antes de este ser afastado e substituído na sexta-feira como primeiro-ministro de Espanha pelo líder do PSOE (socialista), Pedro Sánchez.

 

A cerimónia de hoje também marca o fim da intervenção directa de Madrid na Catalunha, iniciada em 27 de Outubro do ano passado na sequência da declaração de independência aprovada pelo parlamento regional.

 

O próprio Quim Torra, um independentista obstinado, só foi eleito há duas semanas, depois de os partidos separatistas, que voltaram a ter a maioria absoluta no parlamento regional, terem desistido de propor candidatos na prisão ou fugidos à justiça no estrangeiro.

 

No discurso que fez quando tomou posse em 14 de maio, Quim Torra voltou a sublinhar que Carles Puigdemont, o líder separatista que está em Berlim e aguarda uma decisão judicial que poderá extraditá-lo para Espanha, é o presidente "legítimo" do governo regional da Catalunha, tendo prometido ser "leal ao mandato" para "construir um Estado independente em forma de República".

 

O "processo" de independência da Catalunha foi interrompido em 27 de Outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma, nomeadamente através da dissolução do parlamento regional, a destituição do executivo regional e a convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de Dezembro último.

 

Sempre a realizar gestos de provocação à autoridade do Governo central, a cerimónia de tomada de posse dos ministros regionais deveria ter tido lugar ao mesmo tempo da de Pedro Sánchez como novo primeiro-ministro de Espanha, mas acabou por sofrer um atraso de uma hora.

 

O secretário-geral do PSOE prestou esta manhã juramento como primeiro-ministro perante o rei, Felipe VI, tornando-se no sétimo chefe do executivo da democracia espanhola e depois do sucesso de uma moção de censura.

 

Quim Torra apelou na sexta-feira a Pedro Sánchez para que dê passos e assuma "riscos" e pediu o início de uma negociação "de Governo a Governo" para enfrentar a situação "gravíssima" que se vive na Catalunha e que não pode durar "nem mais um dia".

 

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