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Caso Fillon: Investigadores fazem buscas no Parlamento francês  

A polícia estará a tentar recolher provas sobre o alegado emprego fictício da mulher do candidato presidencial republicano.

Negócios 31 de Janeiro de 2017 às 12:07
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A polícia francesa está a efectuar nesta terça-feira, 31 de Janeiro, buscas na Assembleia Nacional, em Paris, no âmbito da investigação aberta pela suspeita de que Penelope Fillon, mulher de François Fillon, candidato da direita para as eleições presidenciais deste ano, terá tido um emprego fictício pago por fundos públicos atribuídos ao parlamento francês.

"Congratulamo-nos com a rápida evolução da investigação para que ela seja o mais rapidamente possível fechada", disse à Reuters o advogado François Fillon, Antonin Levy.
 
O casal Fillon foi ontem ouvido separadamente pelo departamento da Procuradoria-geral que investiga os crimes financeiros e fiscais. Segundo a estação de televisão BFMTV, Fillon e a mulher foram ouvidos na sede da polícia financeira em Nanterre, nos arredores de Paris. Antes de ouvir o casal Fillon, a polícia financeira francesa interrogou, na sexta-feira, Michel Crépu, ex-director da La Revue des Deux Mondes, para quem Penelope teria trabalhado, e a jornalista Christine Kelly, biógrafa de François Fillon.

A audição de ambos, que terá durado cinco horas, foi convocada na sequência da investigação preliminar desencadeada na semana passada após o jornal satírico Le Canard Enchainé ter acusado o antigo-primeiro-ministro de ter criado empregos fictícios para a mulher que lhe permitiram receber mais de 500 mil euros ao longo de oito anos, financiados pelas verbas atribuídas ao funcionamento do parlamento.

Entretanto o mesmo meio avançou que o valor pode ser superior aos 500 mil euros, estimando-se agora que tenha ficado em 831,44 mil euros, já que a mulher de Fillon terá trabalhado como assistente parlamentar do político por mais tempo (entre 1988 e 1990) do que tinha sido inicialmente avançado.

Na tarde do dia da publicação da notícia, a Procuradoria anunciou a abertura de um inquérito preliminar para apurar suspeitas de "desvio de fundos públicos, abuso de bens sociais e ocultação desses crimes".

Em França não é proibida a contratação de familiares para lugares de assistência a funções públicas. Em contrapartida, é ilegal e punida a ocultação destas situações através de contratos fictícios.

Fillon, que insiste que os empregos de Penelope não foram fictícios e que a sua mulher efectuou os trabalhos para que foi contratada, afirma que está a ser vítima de um ataque para travar a sua possível eleição para o Eliseu (sede da Presidência francesa). E referiu que só irá renunciar da candidatura se for acusado.

Penelope Fillon, que tem dupla nacionalidade francesa e britânica, sempre se apresentou como dona de casa e como alguém que não tinha qualquer interferência no trabalho do seu marido na política.

Desafiando os prognósticos, François Fillon derrotou Alain Juppé e venceu no fim de Novembro as primárias do Partido Republicano, sendo agora o seu candidato presidencial às eleições que terão a primeira volta em 23 de Abril e uma provável segunda em Maio.

(Notícia corrigida às 17:46; o valor que a mulher de François Fillon terá recebido é de 500 mil e não 500 milhões de euros; notícia actualizada com novo valor apontado pelo Canard Enchainé, de cerca de 831 mil euros)
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