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Bruxelas quer endurecer sanções contra a Bielorrússia devido à crise na fronteira

A União Europeia pretende avançar com sanções mais duras contra a Bielorrússia, devido à situação de crise vivida na fronteira com a Polónia. Estas sanções podem mesmo estender-se até às companhias aéreas e Ursula von der Leyen aponta os próximos dias como “decisivos”.

Soldados polacos na fronteira entre a Rússia e a Bielorrússia
Reuters
15 de Novembro de 2021 às 11:47
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Perante uma crise que se vive na fronteira entre a Bielorrúsia e a Polónia, onde se encontram milhares de migrante, Bruxelas deixa acusações ao Governo de Minsk e afirma que vai endurecer as sanções contra o país.

A União Europeia acusa a Bielorrússia de estar a levar a cabo um "ataque híbrido" aos migrantes que chegam de países como a Síria e o Afeganistão, levando-os a atravessar de forma ilegal a fronteira para a vizinha Polónia. A Europa acusa o Governo de Alexander Lukashenko de estar a utilizar os migrantes como peões, recusando asilo a milhares de pessoas. Até aqui, a Bielorrússia tem negado estas acusações.

Da fronteira entre os dois países têm chegado imagens de migrantes que pedem auxílio e que referem que foram impedidos de entrar na Bielorrússia por guardas armados, que responderam com violência. Assim, os migrantes enfrentam as duras temperaturas da região, impedidos de atravessar a fronteira de forma segura. Segundo os dados até ao momento, a Polónia e a Lituânia já pararam mais de cem pessoas que tentaram atravessar a fronteira este domingo.

Bruxelas quer agora escalar as sanções à Bielorrússia, dando mais um passo numa relação já tensa entre o executivo comunitário e o governo de Lukashenko. 

Em declarações feitas antes de uma reunião em Bruxelas, Josep Borrell, responsável para a área de relações internacionais, mencionou que os países do bloco vão avançar com sanções adicionais, que se podem estender também às companhias aéreas bielorrussas.

Citado pela Reuters, Borrell indicou que durante o fim-de-semana terá alertado o ministro bielorrusso dos Negócios Estrangeiros de que a situação humanitária na fronteira "é completamente inaceitável".

A própria presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, explicou em declarações feitas esta segunda-feira, em Munique, na Alemanha, que o executivo "está também a tentar ajudar os países de origem". E, mais uma vez, voltou a mencionar a relação entre a Bielorrússia e a Rússia, frisando que "o Presidente russo Vladimir Putin tem influência sobre Lukashenko e que precisa de usar essa influência." A presidente da Comissão Europeia descreve os próximos dias como "decisivos" para a crise nesta fronteira.

Perante esta escalada da crise na fronteira, a Bielorrússia ameaçou na semana passada usar o gás natural como uma forma de retaliação. O presidente da Bielorrúsia, Alexander Lukashenko, levantou a possibilidade de cortar o fornecimento de gás natural para a Europa através do seu país, numa retaliação contra as sanções impostas pela União Europeia pela forma como Minsk está a lidar com a crise migratória.

Em causa está o fornecimento do gasoduto Yamal-Europa, com 4.196 quilómetros de extensão, que liga os campos de gás natural da Rússia com a Polónia e a Alemanha.

"Estamos a aquecer a Europa e eles ainda nos ameaçam de fechar a fronteira. E se fecharmos o gás natural?", disse Lukashenko, em comentários publicados pela agência de notícias estatal Belta. "Portanto, eu recomendaria que os líderes da Polónia e da Lituânia pensassem antes de falar", continua.
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