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Bruxelas pressionada a preparar plano para possível guerra comercial com Reino Unido
Alguns Estados-membros terão pedido a Bruxelas para delinear um plano de contingência para um eventual cenário em que o Reino Unido suspenda o protocolo comercial com a Irlanda do Norte.
França, Alemanha e os Países Baixos são alguns dos principais Estados-membros da União Europeia que já terão pressionado Bruxelas para preparar um plano de contingência num cenário de guerra comercial com o Reino Unido.
Em causa está o protocolo comercial da Irlanda do Norte, acordado na altura do brexit. Dois anos depois, as falhas no protocolo já foram apontadas pelas duas partes. Perante as ameaças deixadas pelo Reino Unido sobre a suspensão deste protocolo, os Estados-membros querem que Bruxelas defina medidas regulatórias caso a discussão evolua para uma guerra comercial.
A informação é avançada pelo jornal Financial Times, que indica que, além de França, Alemanha e Países Baixos, também Itália e Espanha apoiam este pedido. A informação foi avançada por diplomatas ao jornal britânico.
Entre as opções que estão a ser discutidas nas capitais europeias estão, por exemplo, a possibilidade de reduzir o acesso do Reino Unido aos recursos energéticos do bloco, a imposição de tarifas às exportações britânicas ou, num caso extremo, o fim do acordo entre as duas partes.
Ao abrigo do acordo feito a propósito do brexit, o Reino Unido aceitou que a Irlanda do Norte continuasse no mercado único da UE.
Na quarta-feira, o Governo britânico prometeu estudar de "forma séria e construtiva" as propostas apresentadas pela União Europeia para solucionar os problemas resultantes do brexit na Irlanda do Norte. "O próximo passo deve ser negociações intensivas sobre os nossos dois conjuntos de propostas, conduzidas rapidamente, para determinar se há um terreno comum para encontrar uma solução", disse um porta-voz do Governo britânico.
O secretário de Estado das Relações Europeias já havia avançado que, caso não seja encontrado um consenso até novembro, o Reino Unido admitia acionar o artigo 16.º do Protocolo da Irlanda do Norte, que suspende partes do tratado estipulado entre as duas partes.