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Alemanha já não vai ter um campeão da banca

A fusão entre o Commerzbank e o Deutsche Bank não vai prosseguir, com as duas instituições a concluírem que este não seria o melhor caminho.

Deutsche Bank
reuters
25 de Abril de 2019 às 16:02
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O Commerzbank e o Deutsche Bank anunciaram o fim das negociações para uma fusão que criaria o segundo maior banco da Zona Euro em ativos, pouco mais de um mês após terem aprovado o início formal do processo. Com este desfecho, as duas instituições veem-se forçadas a encontrar alternativas que permitam garantir a sua viabilidade futura. Por terra cai também o desejo do Governo alemão de criar um campeão da banca.

 

"Uma combinação com o Commerzbank não criaria os benefícios suficientes para compensar os riscos de execução adicionais, os custos de reestruturação e os requisitos de capital associados a uma integração de tão grande escala", afirmou o Deutsche Bank em comunicado.

 

A instituição garante que continuará a analisar alternativas que permitam melhorar a rentabilidade a longo prazo e o retorno para os acionistas. Para o maior banco alemão, isso significa avançar com o quinto plano de recuperação desde 2015.

 

Já para o Commerzbank, onde o Estado tem uma participação de 15%, o passo seguinte poderá passar pela aquisição por um banco estrangeiro. A Bloomberg aponta o holandês ING Groep e o italiano UniCredit Spa como potenciais candidatos.

 

"Há agora uma necessidade urgente de afinarem a sua estratégia. Terminar com a fusão nacional é abrir a porta para a consolidação a nível nacional", afirmou Ingo Speich, da Deka Investment, à agência norte-americana.

 

Fim do sonho de criar um campeão

A união entre os dois bancos tinha o apoio do Governo alemão, que via na operação uma forma de resolver os problemas nas duas instituições e ao mesmo tempo criar uma nova com maior músculo para apoiar a economia do país.

 

Uma intenção que esbarrou na forte oposição ao negócio por parte dos trabalhadores  – segundo algumas estimativas poderia levar à saída de cerca de 30 mil – e mesmo de alguns dos principais acionistas.

 

O fim da fusão foi aplaudido dentro da coligação de Angela Merkel. O Financial Times cita Hans Michelbach, deputado da CDU/CSU, para quem "o bom senso económico triunfou sobre os sonhos floreados de criação de campeões nacionais". 

Já na bolsa, as ações deslizam mais de 2%, com o Deutsche Bank a perder 2,24% para 7,422 euros e o Commerzbank a ceder 2,77% para 7,584 euros. 

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