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Governo: Contribuições para a Segurança Social provam descida do desemprego

Com os números do desemprego no centro do debate político e técnico, o Governo foi à Assembleia da República usar as contribuições para a Segurança Social como prova de que o emprego está a aumentar. A oposição fala em propaganda.

Miguel Baltazar/Negócios
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As contribuições para a Segurança Social cresceram 5,6% entre Janeiro e Março deste ano, quando comparadas com o mesmo período do ano passado. Ao todo, são mais 156 milhões de euros do que os encaixados no primeiro trimestre de 2014 e que, segundo o Governo, sinalizam o maior dinamismo do mercado de trabalho.

 

Os números da execução orçamental da Segurança Social até ao mês de Março foram avançados esta quarta-feira, 8 de Abril, na Assembleia da República pelo ministro Pedro Mota Soares (até agora, a Direcção Geral do Orçamento só divulgou valores até Fevereiro), durante uma deslocação à Comissão do Trabalho e da Segurança Social.

 

Numa intervenção subsequente, Agostinho Branquinho, secretário de Estado com a pasta, complementaria a informação, atribuindo o crescimento das contribuições "ao trabalho notável das entidades empregadoras" que estão a criar empregos.

 

Os números surgem no contexto de um debate aceso sobre a evolução da taxa de desemprego em Portugal. A 30 de Março, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou as suas estatísticas de desemprego mensais, situando a taxa de desemprego em Fevereiro nos 14,1%, mais três décimas de ponto percentual do que em Janeiro. Na mesma altura, reviu em alta a sua previsão referente a Janeiro, o que levaria o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a dizer na Assembleia da República que o organismo teria de se explicar.

 

Esta quarta-feira, e perante as intervenções dos responsáveis pela Segurança Social, a oposição acusou o Governo de "propaganda".

 

Foi o caso de Jorge Machado, do PCP, que replicou que  "desde Setembro que o desemprego não pára de aumentar: foram destruídos 56 mil postos de trabalho". Fazendo a contabilidade ao desemprego desde 2011 o deputado apontou ainda que "este Governo já teve a proeza de destruir 500 mil postos de trabalho". "A conversa de que o desemprego esta a melhorar, de elogio ao sector privado, não passam de propaganda, mas já não engana ninguém" – nem a Comissão Europeia - acrescentou ainda Jorge Machado. 

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