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Desemprego recua para 10,8% no segundo trimestre

A taxa de desemprego do segundo trimestre ficou nos 10,8%, 1,6 pontos percentuais abaixo do valor registado nos três meses anteriores e 1,1 pontos abaixo do mesmo trimestre de 2015. É o valor mais baixo desde o início de 2011.

10 de Agosto de 2016 às 11:04
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(Nota prévia: nos últimos meses têm surgido valores diferentes para a taxa de desemprego, que podem deixar os leitores confusos. Isso explica-se porque o INE publica duas "taxas de desemprego" diferentes. Uma mensal e outra trimestral. Os dois valores têm diferenças metodológicas e, no caso do segundo, nunca são ajustados à sazonalidade.)

Segundo os dados publicados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego do período entre Abril e Junho de 2016 fixou-se nos 10,8%. O que representa uma descida de 1,6 pontos percentuais face ao trimestre anterior e 1,1 pontos face aos mesmos meses de 2015. O INE sublinha que é "o valor mais baixo desde o primeiro trimestre de 2011".

Este número fica mais ou menos em linha com o desemprego mensal de Junho que, não ajustado de sazonalidade, estava nos 10,7%. Recorde-se que o Governo antecipava para este ano uma taxa de desemprego média de 11,4%. 

De referir que estes três meses do ano normalmente são bons para o desemprego. Mesmo em períodos muito negativos para o mercado de trabalho, o desemprego tende a diminuir entre Abril e Junho, em grande parte devido a trabalho sazonal. Por outro lado, quando se olha para os dados mensais de desemprego que eliminam esse efeito sazonal também se verifica um recuo da taxa de desemprego (em Junho estava nos 11,2%).  

O INE explica que "a diminuição trimestral da população desempregada foi explicada, particularmente, pelos decréscimos ocorridos nos seguintes segmentos populacionais: ambos os sexos de forma semelhante, mais concretamente homens (41,1 mil) e mulheres (39,8 mil); pessoas dos 35 aos 44 anos (26,1 mil) e dos 25 aos 34 anos (24,4 mil); pessoas com um nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (38,2 mil); à procura de novo emprego (71,7 mil), provenientes do sector dos serviços (36,6 mil); e à procura de emprego há menos de 12 meses (60,3 mil)."

Os mesmos dados do INE mostram que existem 559 mil portugueses à procura de trabalho, menos 81 mil do que no trimestre anterior (-12,6%) e menos 61 mil do que no trimestre homólogo (-9,8%). 

No que diz respeito ao emprego, o INE conclui que também se verifica um acréscimo trimestral de 89 mil postos de trabalho e mais 22 mil em termos homólogos. Portugal volta a ultrapassar a barreira dos 4,6 milhões de pessoas empregadas.

Desemprego mensal vs. trimestral 

Como é referido na nota prévia deste texto, a análise do desemprego tornou-se mais complexa nos últimos meses. Antes, o INE publicava apenas indicadores trimestrais do mercado de trabalho. Porém, no ano passado, passou a divulgar também estimativas mensais. O desemprego do segundo trimestre está nos 10,8%, enquanto o desemprego de Junho - publicado há duas semanas - estava nos 11,2%. Qual é a diferença entre os dois?

Em primeiro lugar, o desemprego trimestral reflecte os valores entre Abril e Junho. Já o desemprego mensal de Junho inclui dados de Maio, Junho e uma estimativa para Julho. Além disso, o desemprego trimestral nunca é ajustado de sazonalidade, enquanto o desemprego mensal tem dois modelos, ajustado e não ajustado. O primeiro - que tenta excluir o impacto dos empregos de verão, por exemplo - mostrava o desemprego nos já referidos 11,2%, o segundo nos 10,7%.

Por último, o inquérito trimestral do INE abrange toda a população com mais de 15 anos, mas os valores mensais excluem todas as pessoas com mais de 74 anos.

(Notícia actualizada às 11h33)
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