Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

CIP diz que propõe aumento salarial "superior" ao da CGTP com 15.º mês voluntário e redução da TSU

Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, o presidente da CIP diz que não tem nada a obstar às medidas das Conselho Nacional das Confederações Patronais, que também integra, "excepto a redução da Taxa Social Única (TSU) em um ponto percentual, porque temos outra [proposta] que conflitua com essa".

José Sena Goulão/Lusa
Negócios jng@negocios.pt 25 de Setembro de 2023 às 09:28

O pagamento de um 15.º mês aos trabalhadores, que seria voluntário para as empresas, e o aumento de 14,75% nos salários, que depende de uma redução da taxa social única, traduzir-se-iam em aumentos salariais acima dos 20%, "bem superiores às reivindicações da mais radical das centrais sindicais", diz o presidente da CIP, Armindo Monteiro (na foto), em entrevista ao Público e à Rádio Renascença.

As quatro confederações patronais e as duas sindicais com assento em concertação social voltam esta segunda-feira a reunir-se com a Ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, para discutir o orçamento do Estado.

Embora tenha subscrito o documento conjunto da Conselho Nacional das Confederações Patronais, do qual faz parte, CIP tem insistido num conjunto de medidas próprias que apresentou a um conjunto de membros do Governo – uma iniciativa criticada pelo presidente do Conselho Económico e Social, segundo revelou o Expresso – e insiste nas suas propostas.


"O 15.º mês que queremos introduzir corresponde a um aumento de 6,6%, mas se tiver tributação já não é 6%, é 9%. O que estamos a dizer é que, sem tributação, as empresas podem fazer estes aumentos. E se juntarmos os 6,6% com os 14,75% temos um aumento superior a 20% e isto é notável", diz o presidente da CIP. É um aumento "superior à mais radical das centrais sindicais, estou a referir-me à CGTP".

Já Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, que reivindica aumentos de 15% este ano, diz em entrevista ao Eco que a proposta do 15.º mês "mostra que as empresas têm possibilidade" de aumentar salários.


Os 14,75% referidos pelo presidente da CIP resultam de uma segunda proposta que prevê que se "teste" em 2024 e 2025 "uma medida extraordinária de liquidez para as famílias pelo incremento salarial de 14,75% nos salários e pela redução da TSU".

Isto traduzir-se-ia num "aumento de 4,75% na liquidez sendo os restantes 10% incluídos num plano pessoal de reforma". Na entrevista, Armindo Monteiro afasta a ideia de um incentivo a fundos privados, ao dizer que o objetivo é reforçar de forma obrigatória o Regime Público de Capitalização, gerido pelo Estado

Armindo Monteiro diz que acredita que o adiamento, pelo Governo, da reunião marcada com a CIP na sexta-feira, "foi apenas uma questão de agenda", e diz que as propostas não são apenas para o orçamento, mas para um horizonte de cinco a dez anos.

"Nada temos a obstar às medidas do Conselho, exceto a redução da Taxa Social Única (TSU) em um ponto percentual, porque temos outra que conflitua com essa", diz Armindo Monteiro.

Ver comentários
Saber mais CIP Armindo Monteiro CGTP Isabel Camarinha concertação social Ana Mendes Godinho aumentos salariais acordo de rendimentos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio