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Quatro em cada cinco empresas espera manter emprego nos próximos meses

Inquérito realizado pela Confederação Empresarial (CIP) em parceria com o ISCTE indica que 78% das empresas espera manter os postos de trabalho nos próximos meses, apesar das vendas não terem recuperado para níveis pré-pandemia.

António Mendonça Mendes quer plano para recuperar benefícios.
Kazbek Basaev/Reuters
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Na maioria dos casos as expectativas de vendas e de encomendas ainda não recuperaram para os níveis pré-pandemia, mas a maioria das empresas (78%) espera manter os postos de trabalho até ao final de setembro, indicam os resultados do projeto Sinais Vitais, que tem vindo a ser desenvolvido pela Confederação Empresarial (CIP) e pelo Marketing Future Cast Lab do ISCTE.

Os resultados do barómetro realizado entre 2 e 10 de junho, com uma amostra de 397 empresas (que pretende ser representativa de 150 mil) onde as grandes estão sobrerrepresentadas, conclui que além da maioria (78%) aposta na manutenção do emprego até ao final deste terceiro trimestre, 13% aponta para um aumento e 9% para uma diminuição.

Isto apesar de quase metade ter diminuído as suas vendas em maio deste ano, quando comparado com o mês de maio de 2019 (pré-pandemia) e da maior fatia (41%) ter também uma previsão de diminuição de vendas ou serviços até ao final do 3º trimestre.

"Face a este contexto de dificuldades de vendas é importante realçar este comportamento previsível destes empresários", disse aos jornalistas Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP, que traça um quadro negativo da atividade das empresas.

 

"A vacina ainda não chegou às empresas", sintetizou, apontando como maior debilidade o elevado nível de endividamento.

A CIP tem defendido que os atuais apoios, que os  inquiridos consideram burocráticos, deveriam consistir mais em verbas a fundo perdido do que em acesso ao crédito. "Se continuarmos apenas a apoiar as empresas com dívida estamos a adiar uma inevitabilidade".

O inquérito volta a referir que 66% das empresas não recorreram aos apoios do estado – grande parte não reúne as condições – e a desvalorizar o impacto do Plano de Recuperação e Resiliência, com a maioria das empresas (55%) a considerar que não terá significado para a atividade da empresa e apenas 14% a reconhecer que pode ser significativo (10%) ou muito significativo (4%).

 

9% quer cortar um quinto dos empregos

Embora as perspetivas de emprego tenham melhorado ligeiramente face ao mês anterior, as empresas que dizem que querem diminuir os seus recursos humanos (9% em total) esperam uma redução de 21%.

As que esperam aumentar (13%) contam com um acréscimo mais suave (12%).

Os dados revelam que há realidades bastantes diferentes entre as grandes empresas, onde é mais baixa a proporção de empresas que querem manter os postos de trabalho (52%, contra 78% em média) e mais alta a proporção das que contam reduzir (9%) ou aumentar (13%).

 

CIP admite que empresas assumam custo dos testes

Questionado sobre a possibilidade de as empresas com mais de 150 trabalhadores serem chamadas a pagar os testes realizados aos trabalhadores, tal como admitido pela ministra da Presidência na semana passada, o vice-presidente da CIP defendeu que os testes deveriam ser gratuitos, embora também tenha referido que, se necessário, as empresas estão disponíveis para suportar esse custo.

"Qual é a prática por esse mundo fora e na União Europeia? Se estamos a competir no mercado único as medidas deveriam ser uniformes. Lá fora está em muitos casos [é facultado] de forma gratuito", disse Armindo Monteiro.

"Se tivermos de suportar esse custo a bem de um objetivo que é a recuperação" e o regresso normal ao trabalho "também esse sacrifício teremos de fazer", admitiu.

Notícia atualizada às 18:38 com mais informação

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