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O perfil de quem conseguiu emprego em 2019

No ano passado, a criação de emprego foi mais intensa junto das mulheres, entre quem tem 45 a 64 anos e para quem trabalha no setor social e da saúde.

Os dados do INE sugerem que a criação de emprego em 2019 centrou-se em mulheres dos 45 aos 64 anos no setor social e da saúde, como por exemplo auxiliares, enfermeiras ou médicas. Bloomberg
08 de Fevereiro de 2020 às 15:00
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Em 2019, a taxa de desemprego continuou a descer, ainda que a um ritmo mais baixo do que nos anos anteriores, tendo a criação de emprego sido a menor desde 2013. Apesar disso, a população empregada somou, em termos líquidos (entre entradas e saída) 46,4 mil indivíduos, atingindo as 4.913,1 mil pessoas. Mas em que segmentos da população é que houve maior criação de emprego?

No destaque publicado esta semana, o Instituto Nacional de Estatística (INE) dá a resposta, o que permite traçar o perfil de quem arranjou emprego no ano passado: é mulher, tem entre os 45 e os 64 anos e o ensino secundário, trabalha no setor social e da saúde, por contra de outrem, com contrato sem termo e a tempo completo. 

Vamos ao detalhe. A maioria dos empregos criados foram para mulheres (28 mil) - quando para os homens (os quais representam a maior fatia da força de trabalho) foram 18,4 mil.

Em termos de idade, foi na faixa entre os 45 e os 64 anos que mais pessoas encontraram emprego - mais 43,9 mil pessoas. As faixas entre os 15 e os 24 anos e com mais de 64 anos também somaram mais postos de trabalhos enquanto as faixas entre os 25 e os 44 anos perderam empregos em termos líquidos. 

Nas qualificações, foram principalmente as pessoas com ensino secundário (76,2 mil empregos criados), seguindo-se as pessoas com ensino superior (70,2 mil). Já os postos de trabalho com pessoas com habilitações académicas até ao ensino básico baixaram em 100 mil, o que resulta em termos líquidos na criação de emprego de 46,4 mil postos.

O setor dos serviços, onde está a maioria dos trabalhadores, continua a criar o maior número de empregos (67,3 mil), "sobretudo nas atividades de saúde humana e apoio social", assinala o INE. O acréscimo na indústria foi residual e a agricultura continua a perder postos de trabalho.   

A maioria dos novos postos de trabalho são naturalmente de trabalhadores por conta de outrem, com contrato sem termo - os contratos sem termos baixaram 3,5% - e a tempo inteiro. 

População desempregada baixou nos homens entre os 35 e os 44 anos
Outra forma de olhar para o mercado de trabalho é através da população desempregada. A população desempregada baixou em 7,2% para as 339,5 mil pessoas, menos 26,4 mil pessoas do que no ano anterior - este foi o decréscimo mais pequeno desde que o mercado de trabalho começou a melhorar em 2014. 

Nesta ótica, os números do INE mostram que a maioria das pessoas que deixou de ser desempregado tinha o seguinte perfil: é homem, tem entre os 35 e os 44 anos e no máximo o terceiro ciclo do ensino básico, estava à procura de novo emprego há 12 ou mais meses e trabalhava no setor da indústria, construção, energia e água.

Os dois fluxos - o acréscimo da população empregada e o decréscimo da população desempregada - não têm necessariamente de ser iguais, uma vez que há indivíduos que podem passar para ou sair da inatividade. Ou seja, os fluxos não são apenas entre a população empregada e a desempregada, mas também na interação desses dois universos com a população inativa.

E o que se passou nesse segmento da inatividade? Em 2019, a população inativa baixou 0,4% (20,7 mil pessoas), em termos líquidos, face a 2018. A taxa de inatividade fixou-se em 40,7%, menos 0,2 pontos percentuais do que no ano transato.

Madeira regista melhorias mais significativas
Em termos de regiões, em 2019, a maior criação de emprego (em termos percentuais, +4,3%), a maior redução da população desempregada (-19,3%) e a maior queda da taxa de desemprego (-1,8 pontos percentuais para os 7%) aconteceu na Madeira. 

No entanto, a taxa de desemprego mais baixa está na região Centro (4,9%), seguindo-se o Norte (6,7%), o Alentejo (6,9%), Lisboa e Algarve (7,1%) - no cimo estão os Açores (7,9%). O Algarve foi a única região onde se registou um aumento da taxa de desemprego.

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