Notícia
Desde a década de 90 que não eram criados tantos empregos num só ano
É um ano recorde: 2017 fica com o registo de melhor ano em matéria de criação de emprego desde pelo menos 1998. Ao longo da actual legislatura, que arrancou no final de 2015, foram criados 288 mil empregos.
A economia portuguesa criou 174 mil empregos em 2017. Este é o maior crescimento de postos de trabalho num ano civil desde 1998, o ano que marca o início da série disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo os dados divulgados esta manhã pelo INE, o ano chega ao fim com 4,749 milhões de empregos, mais 174 mil do que no final de 2016 (dados não ajustados pela sazonalidade). Nos últimos dois anos, período que coincide com a duração da actual legislatura, foram criados 288 mil empregos.
A recuperação do emprego tem sido uma das histórias felizes da retoma portuguesa, com uma forte descida do desemprego a ser acompanhada por mais população empregada.
Depois de uma era de relativa estabilidade entre 2000 e 2008, o emprego iniciou nesse ano - marcado pela falência do Lehman Brothers e o colapso financeiro internacional - uma tendência de degradação, que se arrastaria até o arranque de 2013, quando foi atingido o valor mais baixo desta série do INE. Entre encerramento de empresas, despedimentos, contratos não renovados e emigração, havia menos de 4,3 milhões de portugueses com trabalho.
Contudo, a partir de Janeiro de 2013, o mercado de trabalho começou a recuperar, antecipando-se até à saída da economia do vermelho (o PIB só regressou ao crescimento em 2014). Essa recuperação ganhou um fôlego acrescido em 2016 e 2017, com o emprego a sair reforçado em mais de cem mil postos de trabalho em cada um desses anos. No ano passado, fixou-se nos já referidos 174 mil. O maior aumento anual desde o final dos anos 90, quando se inicia a actual série do INE. O anterior máximo de criação de emprego num ano civil tinha sido registado em 2000.
No total, desde o ponto mais baixo do emprego - atingido no início de 2013 - foram criados perto de 490 mil postos de trabalho líquidos, mas ainda há muito caminho a fazer para recuperar todos os empregos perdidos durante a crise.
Quanto à taxa de desemprego, esta está agora em 7,9% (em valores não ajustados), 2,5 pontos percentuais abaixo do verificado há um ano e 4,5 pontos abaixo da marca de final de 2015 (valores não ajustados). Em termos ajustados à sazonalidade, a taxa provisória situa-se em 7,8%.