Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Costa: Economia competitiva "não pode assentar em baixos salários"

O primeiro-ministro defendeu hoje que o modelo de economia competitiva que pretende construir "não pode assentar em baixos salários e na limitação dos direitos dos trabalhadores", considerando o combate à precariedade uma prioridade absoluta.

Miguel Baltazar
01 de Maio de 2017 às 10:54
  • 42
  • ...

"Cada posto de trabalho que corresponda a uma necessidade permanente do Estado tem de originar um vínculo estável e digno", refere António Costa num artigo de opinião no Diário de Noticias de hoje, Dia do Trabalhador.

 

António Costa considera que "pôr fim às situações de precariedade laboral no setor público é essencial para termos um Estado mais eficiente, capaz de prestar melhores serviços".

O Estado, acrescenta, tem de ser o primeiro a dar o exemplo, mas o combate à precariedade deve envolver toda a sociedade.

 

Na opinião do primeiro-ministro deve ser reforçada a fiscalização, melhorados os instrumentos de verificação de vínculos ilegais e promovida a estabilidade laboral através de incentivos às empresas.

 

Em paralelo com as medidas de combate à precariedade, defende o primeiro-ministro, a dignificação do trabalho e das relações laborais pressupõe a valorização do diálogo social e a criação de condições que permitam reforçar a negociação coletiva.

 

António Costa considera fundamental a aposta nas qualificações dos jovens, mas também dos adultos.

 

"Só uma sociedade qualificada tem a capacidade de aproveitar as oportunidades da revolução tecnológica", refere António Costa adiantando que o caminho "tem de ser feito assegurando que a necessidade de flexibilidade económica não se constrói sobre os escombros do Estado Social".

 

O primeiro-ministro considera assim fundamental reforçar o diálogo social e a negociação coletiva, de forma a assegurar que as alterações provocadas pelos avanços tecnológicos se refletem num ajustamento positivo das relações laborais.

 

"O aumento da competitividade, neste quadro de transformação tecnológica, não poderá perder de vista a defesa da dignidade do trabalho", adverte António Costa, adiantando que "não há industria 4.0 sem recursos humanos qualificados e estes só existem com trabalho digno".

 

A produtividade do mundo de hoje, defende, constrói-se com diálogo social, atraindo e fixando recursos humanos qualificados e investindo na formação ao longo da vida.

 

"Agora e no futuro, temos de garantir que o trabalho será sempre trabalho com direitos", disse, acrescentando que "não foi um acaso histórico que a primeira grande manifestação popular depois do 25 de Abril tenha sido no Dia do Trabalhador" e que o seu legado "nunca fez tanto sentido".

 

O artigo do primeiro-ministro surge um dia depois de o líder da CGTP, Arménio Carlos, não excluir a hipótese de avançar com uma greve geral.

 

Numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Arménio Carlos declarou que "todas as hipóteses estão em cima da mesa", remetendo para o Governo a responsabilidade pela "resolução atempada dos problemas".

 

"Pela nossa parte, estamos disponíveis para a resolver pela via da negociação. Não podemos é continuar a assistir a que os mesmos que falam no diálogo social e na importância do diálogo social depois deem cobertura ao bloqueio da negociação da contratação coletiva", especificou Arménio Carlos.

Ver comentários
Saber mais António Costa 25 de Abril CGTP Arménio Carlos Diário de Noticias Dia do Trabalhador Estado Social primeiro-ministro
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio