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CCP: “Sem contrapartidas do Governo, salário mínimo não pode ultrapassar os 540 euros”
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, quer contrapartidas do Governo para aceitar o aumento do salário mínimo. Entre elas, a descida da TSU.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) afirmou hoje que "sem contrapartidas do Governo, o salário mínimo não pode ultrapassar 540 euros". O valor actual é de 530 euros.
Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, João Vieira Lopes disse que é "muito difícil" que na próxima semana, na nova reunião de concertação social, Governo e parceiros sociais cheguem a acordo sobre o aumento do salário mínimo.
"É muito difícil, por dois tipos de razões. Nós não temos a certeza se, de facto, o Governo pretende um acordo, porque um acordo, como é costume dizer-se, tem páginas pares e páginas ímpares", observou, acrescentando que nas primeiras "as entidades fazem cedências" e, nas segundas, "têm algumas contrapartidas".
O presidente da CCP admite um aumento em redor dos oito euros, tendo em conta a previsão da inflação para o próximo ano. Mas tudo depende da negociação.
"Se o governo não alterar a posição global de contrapartidas, os valores, os índices tradicionais não poderão ultrapassar os 538/540 euros", afirma João Vieira Lopes.
E que contrapartidas? "Além de a TSU ter um desconto com valores maiores, as compensações terão de ser medidas favoráveis às empresas no aspeto fiscal e outras", elenca. "O desconto da TSU para as empresas [impactadas com o aumento do salário mínimo] tem de ser maior do que os actuais 0,75%".