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CCP: “Sem contrapartidas do Governo, salário mínimo não pode ultrapassar os 540 euros”

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, quer contrapartidas do Governo para aceitar o aumento do salário mínimo. Entre elas, a descida da TSU.

Miguel Baltazar
30 de Outubro de 2016 às 10:42
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O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) afirmou hoje que "sem contrapartidas do Governo, o salário mínimo não pode ultrapassar 540 euros". O valor actual é de 530 euros.

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, João Vieira Lopes disse que é "muito difícil" que na próxima semana, na nova reunião de concertação social, Governo e parceiros sociais cheguem a acordo sobre o aumento do salário mínimo.

"É muito difícil, por dois tipos de razões. Nós não temos a certeza se, de facto, o Governo pretende um acordo, porque um acordo, como é costume dizer-se, tem páginas pares e páginas ímpares", observou, acrescentando que nas primeiras "as entidades fazem cedências" e, nas segundas, "têm algumas contrapartidas".

Sobre o acordo entre o Governo e a sua base de apoio no Parlmento para chegar a um salário mínimo de aos 600 euros no final da legislatura, João Vieira Lopes alerta que "há um certo volume de empresas que não vai conseguir absorver esse aumento de custos e isso põe em risco a sua viabilidade".


O presidente da CCP admite um aumento em redor dos oito euros, tendo em conta a previsão da inflação para o próximo ano. Mas tudo depende da negociação.


"Se o governo não alterar a posição global de contrapartidas, os valores, os índices tradicionais não poderão ultrapassar os 538/540 euros", afirma João Vieira Lopes.

E que contrapartidas? "Além de a TSU ter um desconto com valores maiores, as compensações terão de ser medidas favoráveis às empresas no aspeto fiscal e outras", elenca. "O desconto da TSU para as empresas [impactadas com o aumento do salário mínimo] tem de ser maior do que os actuais 0,75%". 

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