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Brasília: Pacata e com uma qualidade de vida acima da média

Apesar do crescimento económico, o Brasil não é "um mar de rosas", avisa Ricardo Castanheira, adepto ferrenho da Académica de Coimbra. É um dos países mais caros do mundo e a burocracia é imensa.

Negócios 27 de Fevereiro de 2013 às 23:30
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Ricardo Castanheira, natural de Coimbra, deixou Portugal em Março de 2011 e atravessou o Atlântico rumo ao Brasil. Na base desta decisão estiveram razões pessoais e profissionais: à possibilidade de exercer no Brasil, "um país que é um continente", as mesmas funções que exercia em Portugal, juntou-se o facto de a mulher ser brasileira e a vontade de Ricardo em que os filhos "conhecessem o outro lado do Atlântico".


Director de assuntos corporativos da Microsoft em Portugal, Ricardo Castanheira afirma que este convite foi a oportunidade de, no Brasil, se juntar a uma "das maiores operações da Microsoft a nível mundial". Ricardo Castanheira diz que a proposta estava repleta de desafios profissionais "imensos", ao mesmo tempo que em Portugal o "ambiente colectivo não era o mais atraente". No Brasil, apesar de todas as dificuldades e dos "muitos problemas", o Ricardo afirma que o "estado de espírito" é diferente por terras de Vera Cruz. Lá "estão habituados há muito tempo a encarar dificuldades", e o Ricardo também achou que a "mudança" seria fundamental para a qualidade de vida que "desejava ter" e que pretendia que "a família também tivesse".


Em Brasília, capital federal do Brasil, Ricardo Castanheira diz que a vida é "extraordinariamente pacata" e, do ponto de vista arquitectónico, a cidade é "muito especial", uma cidade de serviços que "vive intensamente de 3ª a 5ª feira" e onde a "qualidade de vida é acima da média".


Quando conversou com a Antena 1, Ricardo Castanheira estava no Brasil há um ano e, nessa altura, contava-nos que o balanço era "extraordinariamente positivo" mas lá ia dizendo que neste tipo de experiências "não há bela sem senão" já que as "saudades são imensas" e, respondendo à pergunta que ele próprio colocava: "valeu a pena?", o Ricardo não hesita em responder que sim, que valeu a pena.


À distância de um oceano, Ricardo Castanheira classifica como "interessante", o facto de só quando se está fora se "valorizar determinados detalhes do país". E vai mais longe, diz que por cá em Portugal se pratica muito o "culto da crítica às instituições" e depois, quando se olha para Portugal de fora, "vemos um país fantástico" que apesar de tudo "tem imensa qualidade de vida".


Sobre o momento que Portugal atravessa, Ricardo Castanheira diz que o acompanha com "preocupação" por ver tanta gente a sair de "uma geração altamente qualificada", um fluxo migratório muito diferente do passado.


O Ricardo confessa que desde que chegou ao Brasil recebe "semanalmente" vários contactos de outros portugueses "amigos, conhecidos" que querem sair do país, atravessar o Atlântico e fazer o mesmo percurso que este português de Coimbra fez em 2011 mas, apesar do balanço positivo, o Ricardo diz que a decisão de sair do país "deve ser muito ponderada" e, no caso do Brasil, apesar de todo o crescimento económico, o país "não é um mar de rosas". Os emigrantes encontram muitas barreiras a começar por uma "burocracia imensa" e alerta ainda para o custo de vida já que o Brasil "é um dos países mais caros do mundo".


Tal como muitos outros portugueses que deixaram o país para trás, Ricardo Castanheira pensa um dia regressar a Portugal. Até lá, este ferrenho adepto da Académica de Coimbra vai acompanhando esta paixão de criança a partir do Brasil.

 

 

A constatação
Quando se olha para Portugal de fora, vemos um país fantástico, desabafa Ricardo.

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