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Baixas médicas disparam no primeiro trimestre de 2018

É preciso recuar ao início do século para encontrar tantos pedidos de subsídios por doença. O Governo diz que "a tendência acompanha o crescimento do emprego", enquanto os patrões apontam o dedo às baixas fraudulentas.

Bruno Simão
14 de Maio de 2018 às 10:21
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Há quase duas décadas que não havia tantos trabalhadores portugueses a ficar em casa por doença. Segundo os números oficiais, nos primeiros três meses do ano foram pedidas, em média, cerca de cinco mil baixas médicas, ou seja, mais 800 do que em igual período do ano passado.

 

Os subsídios por doença ascenderam a 450 mil no primeiro trimestre, um crescimento homólogo de 18% e que obriga a recuar quase duas décadas, até 2001, para encontrar números semelhantes. Mas numa altura em que, sublinha a TSF, a população empregada ultrapassava os 5,1 milhões, contra os actuais 4,8 milhões.

 

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social confirma este aumento, que sente através do crescimento da despesa, mas defende que "usando o indicador da despesa (mais fiável do que o número de baixas) podemos concluir que a tendência observada acompanha o crescimento do emprego".

 

Enquanto a Associação Portuguesa de Médicos de Família refere um surto de bronquite e o aumento da população activa com mais de 50 ou 60 anos, entre outros factores, o presidente da CIP, António Saraiva, prefere apontar o dedo às "baixas fraudulentas", sustentando que "os trabalhadores são depois apanhados a fazer trabalhos noutras empresas e noutros locais".

 

"Admito que a falta de trabalhadores qualificados, esta procura de mão-de-obra especializada em alguns sectores, como os moldes ou automóvel, leve a algumas práticas anómalas na tentativa de os trabalhadores acabarem a somar rendimentos, nem sempre de uma forma correcta. Isto não se verifica nas camadas de salários mais baixas. Tem a ver com o carácter e a postura cívica de cada um", criticou Saraiva aos microfones da mesma estação de rádio.

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