João César das Neves considera que a greve aos exames nacionais convocada pelos maiores sindicados dos professores ficará como uma “mancha” na profissão. O recurso à greve, que tem sido arma política nas mãos de sectores protegidos, ultrapassou neste caso “em muito os limites de um conflito laboral civilizado”, escreve o professor de Economia da Universidade Católica no Diário de Notícias.

“Usar os alunos, em período de exames, como reféns dos interesses particulares é uma infâmia das mais vergonhosas”. “Que isso seja realizado não por estranhos mas pelos próprios mestres, parece inacreditável”.

Lamenta o também professor que, sendo a classe composta de “pessoas sérias e dignas, de profissionais competentes e responsáveis”, se preste a um “tal testemunho público de insensibilidade, arrogância e oportunismo”. Em sua opinião, tal deve-se aos “dirigentes” que decidem em nome dos professores, no qual se incluem “agitadores profissionais, que apostam na subversão como resposta nacional”.