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PS, PSD e CDS-PP rejeitam fim das propinas
O PS rejeitou hoje qualquer iniciativa para acabar com as propinas, à semelhança do PSD e do CDS-PP, durante o debate parlamentar que está a decorrer sobre o ensino superior.
"Não vamos aprovar nenhuma das iniciativas que visam encetar a eliminação total das propinas", anunciou o deputado socialista Porfírio Silva, ao intervir no debate, marcado pelo Bloco de Esquerda.
Para o PS, a medida, defendida por BE, PCP e PEV, não resolveria o problema das famílias e estudantes que continuam a ter dificuldades em custear a frequência do Ensino Superior.
Os socialistas manifestaram-se, no entanto, favoráveis a um aprofundamento de outras medidas propostas em sede de comissão, nomeadamente para aumentar o investimento em ação social.
"Vemos com interesse as propostas do PCP e do BE sobre alojamento estudantil porque, no essencial, nos parecem consistentes com a estratégia do Governo", afirmou Porfírio Silva.
O PS considerou também "útil" trabalhar propostas que agilizem os procedimentos de atribuição de bolsas, o mesmo se passando com as propostas para "lidar de forma mais equilibrada" com as situações de dívidas de propinas, nas palavras do deputado Porfírio Silva.
O PSD opôs-se ao fim das propinas, alegando que iria beneficiar todos da mesma forma, independentemente da capacidade financeira para suportar essa despesa.
"Hoje acabar com as propinas significa incorrer numa política injusta, beneficiando ricos e pobres por igual. Demagógica, por surgir em ano eleitoral", acusou a deputada social-democrata Nilza de Sena, para quem as propinas são "uma necessidade incontornável para assegurar a sustentabilidade do sistema".
As posições do ministro do Ensino Superior foram alvo das críticas da oposição, que questionou mesmo a confiança política no governante.
Também o CDS-PP acusou o ministro de dar "uma volta perfeita de 360 graus" na questão das propinas.
A deputada Ana Rita Bessa afirmou que o ministro começou por ser contra as propinas, para depois defender a eliminação, a 10 anos, e remeter de seguida o pagamento destas taxas para as empresas, em mestrados e outros graus.
Já o deputado do Bloco de Esquerda Luís Monteiro, que apresentou as iniciativas do partido, tinha considerado a posição de Manuel Heitor "titubeante".
"Não é a primeira vez que este parlamento contradiz as posições do ministro Manuel Heitor. No momento em que o ministro é titubeante e não diz ao que vem, os deputados da direita têm aqui a oportunidade de seguir um caminho", disse Luís Monteiro, desafiando a oposição a promover o consenso nacional pedido pelo Presidente da República, Marcelo de Sousa, sobre esta matéria.
Luís Monteiro considerou que não faz sentido obrigar os estudantes a pagar propinas no ensino superior público quando a Universidade Católica está isenta de impostos.
O PCP insistiu no fim das propinas, que considera "um crivo de dupla natureza", social e ideológico, no acesso ao ensino superior.
O PEV apoia o fim das propinas e o PAN defende a não penalização dos alunos com propinas em atraso no momento da matrícula para que possam prosseguir o percurso.