Notícia
1- Estratégia internacional. Globalização
16 de Outubro de 2008 às 17:26
Hoje em dia não se pode pensar no que quer que seja, sem ser de forma global. Pacóvios de patilhas já quase não existem e, na Bolsa, nem como espécie em via de extinção se safam, com os visitantes a atirarem alimentos não autorizados. Note-se que a grande revolução é, porém, recente e, em Portugal, no plano bolsístico, só realmente se iniciou com os Bancos “on-line”, pelo início do século XXI.
Inevitavelmente, há os chatos xenófobo-reaccionários, tipo eczema, que só vêem ameaças, mas, como sempre acontece com a maioria das grandes novidades, as oportunidades que se abrem são fantásticas. Basta pensar que a economia mundial tem vindo a crescer à taxa média inacreditável de cerca de 5% ao ano! (Portugal nem chega aos 2%, não está neste comboio.)
Para nós, investidores, implica que o mundo se abriu, e que é possível negociar em Bolsas estrangeiras, proporcionando muito mais possibilidades aos portugueses, doutro modo fechados numa Bolsazinha com cerca de 60 títulos cotados.
Claro que o acesso livre está longe de ser absoluto e há sempre dificuldade em acompanhar as empresas estrangeiras, nem que seja por inércia. Por outro lado, nunca se esqueça que está a introduzir mais um risco, o cambial. O euro é uma moeda muito forte e, contra esta, as outras divisas estão frequentemente a perder valor. Assim, a mais-valia possível pode estar a perder-se na desvalorização cambial. Se tiver comprado a acção X americana e ela se tiver valorizado 10%, se a vender, e se, ao reconverter o produto da venda em euros, o dólar tiver desvalorizado 10%, lá foi o ganho às urtigas.
Dramas do quotidiano… Mas não há que hesitar: as oportunidades multiplicam-se e há sempre pelo menos um mercado onde as coisas estão a correr melhor do que aqui. E não só por isso, pois é já hoje axiomático que não existe verdadeira diversificação, se ela não for também internacional. É aqui que entram os Fundos, hoje em dia oferecidos em quantidade industrial e com uma variedade de loja “gourmet” (vide adiante, em local próprio).
Como via Internet é fácil seguir, a par e passo, os Índices dos mercados mundiais, logo aqueles onde se desenvolvem os investimentos, não há o temor de andar um tanto às cegas atrás de quimeras que degenerem em negras surpresas. Isto para não falar nas obrigações legais de transparência e informação que impendem sobre as entidades gestoras desses Fundos e das outras que os comercializam.
Em suma, estamos a falar de países, sectores específicos de actividade, mercadorias, etc., que se tornam acessíveis ao investimento accionista indirecto, via Fundos. Um festival! Como é assim, participamos nele, e para se ter uma ideia das possibilidades, foi fácil, investindo num Fundo de mercados emergentes, ver valorizado o investimento na zona dos 400%, nos últimos 5 anos (a esta data de fins de 2007), contra a média dos mercados avançados, na ordem dos cento e tal por cento.
Não há-de ser sempre, mas que é possível, lá isso é (foi). Outra faceta da força irresistível da globalização é a correlação enorme entre as várias economias e as várias Bolsas. Hoje em dia estas marcham, em princípio, em tandem ou, pelo menos, em influência mútua, e quem olhar só para o mercado nacional, mesmo com uma carteira exclusivamente “nacionalista”, não está a ver tudo: está só mesmo a ver o sol por uma fresta.
Assim, o que ocorrer no mundo do euro influencia muito directamente a Bolsa portuguesa e o mesmo se diga, mais latamente se bem que de forma menos determinante, do que ocorre na Europa. Influindo tudo o resto está a poderosa economia americana, de 13 triliões de dólares, a grande locomotiva, pelo que o grande farol é dado pelas Bolsas americanas, Nyse, e Nasdaq(realmente, a Nyse por ser mais representativa da economia em geral).
Os enormes mercados asiáticos da China e Índia são mais sujeitos passivos que activos, pelo menos para já. Por sua vez, estranhamente, a segunda maior economia do mundo, a japonesa, tem uma estrutura muito particular, pelo que as suas Bolsas se movem em baixa correlação com as ocidentais.Para se ter, por alto, uma ideia de como as coisas funcionam, tomemos o exemplo da crise do crédito imobiliário “subprime”.
As instituições financeiras americanas, directamente implicadas, sofreram imediatamente, mas arrastaram as congéneres europeias, pois os capitais são internacionais e movem-se ao ritmo de um teclado de computador. Diria um investidor nacional que sairia ileso disto tudo pois havia a informação que estes créditos de baixa qualidade não haviam afectado o sistema. Porém, a mera simpatia provocada pela baixa geral do sector financeiro influenciou o nosso, e uma boa leva de fundos aqui aplicados levantaram voo para ocorrerem a necessidades prementes noutros lados. Baixou a procura e aumentou a oferta, então o que sucedeu às cotações? Baixaram (ouvi dizer em uníssono)!
Mas dir-se-á: as economias asiáticas altamente pujantes porque haveriam de sofrer? A onda apareceu depois, mas a absorção de liquidez, dois meses mais tarde, lá veio roer a corda também. E nem falamos no motor psicológico constituído pelo sentimento negativo, disseminado “urbi et orbi” por informação instantânea e geral. Este desenho muito simplificado elucidará o leitor, quanto à mundialização e à vulnerabilidade na nossa pequena economia e ínfima Bolsa, tipo presépio. Aja em conformidade, caro leitor.
In “A Bolsa Para Iniciados”, de Fernando Braga de MatosEditorial Presença
Inevitavelmente, há os chatos xenófobo-reaccionários, tipo eczema, que só vêem ameaças, mas, como sempre acontece com a maioria das grandes novidades, as oportunidades que se abrem são fantásticas. Basta pensar que a economia mundial tem vindo a crescer à taxa média inacreditável de cerca de 5% ao ano! (Portugal nem chega aos 2%, não está neste comboio.)
Para nós, investidores, implica que o mundo se abriu, e que é possível negociar em Bolsas estrangeiras, proporcionando muito mais possibilidades aos portugueses, doutro modo fechados numa Bolsazinha com cerca de 60 títulos cotados.
Claro que o acesso livre está longe de ser absoluto e há sempre dificuldade em acompanhar as empresas estrangeiras, nem que seja por inércia. Por outro lado, nunca se esqueça que está a introduzir mais um risco, o cambial. O euro é uma moeda muito forte e, contra esta, as outras divisas estão frequentemente a perder valor. Assim, a mais-valia possível pode estar a perder-se na desvalorização cambial. Se tiver comprado a acção X americana e ela se tiver valorizado 10%, se a vender, e se, ao reconverter o produto da venda em euros, o dólar tiver desvalorizado 10%, lá foi o ganho às urtigas.
Como via Internet é fácil seguir, a par e passo, os Índices dos mercados mundiais, logo aqueles onde se desenvolvem os investimentos, não há o temor de andar um tanto às cegas atrás de quimeras que degenerem em negras surpresas. Isto para não falar nas obrigações legais de transparência e informação que impendem sobre as entidades gestoras desses Fundos e das outras que os comercializam.
Em suma, estamos a falar de países, sectores específicos de actividade, mercadorias, etc., que se tornam acessíveis ao investimento accionista indirecto, via Fundos. Um festival! Como é assim, participamos nele, e para se ter uma ideia das possibilidades, foi fácil, investindo num Fundo de mercados emergentes, ver valorizado o investimento na zona dos 400%, nos últimos 5 anos (a esta data de fins de 2007), contra a média dos mercados avançados, na ordem dos cento e tal por cento.
Não há-de ser sempre, mas que é possível, lá isso é (foi). Outra faceta da força irresistível da globalização é a correlação enorme entre as várias economias e as várias Bolsas. Hoje em dia estas marcham, em princípio, em tandem ou, pelo menos, em influência mútua, e quem olhar só para o mercado nacional, mesmo com uma carteira exclusivamente “nacionalista”, não está a ver tudo: está só mesmo a ver o sol por uma fresta.
Assim, o que ocorrer no mundo do euro influencia muito directamente a Bolsa portuguesa e o mesmo se diga, mais latamente se bem que de forma menos determinante, do que ocorre na Europa. Influindo tudo o resto está a poderosa economia americana, de 13 triliões de dólares, a grande locomotiva, pelo que o grande farol é dado pelas Bolsas americanas, Nyse, e Nasdaq(realmente, a Nyse por ser mais representativa da economia em geral).
Os enormes mercados asiáticos da China e Índia são mais sujeitos passivos que activos, pelo menos para já. Por sua vez, estranhamente, a segunda maior economia do mundo, a japonesa, tem uma estrutura muito particular, pelo que as suas Bolsas se movem em baixa correlação com as ocidentais.Para se ter, por alto, uma ideia de como as coisas funcionam, tomemos o exemplo da crise do crédito imobiliário “subprime”.
As instituições financeiras americanas, directamente implicadas, sofreram imediatamente, mas arrastaram as congéneres europeias, pois os capitais são internacionais e movem-se ao ritmo de um teclado de computador. Diria um investidor nacional que sairia ileso disto tudo pois havia a informação que estes créditos de baixa qualidade não haviam afectado o sistema. Porém, a mera simpatia provocada pela baixa geral do sector financeiro influenciou o nosso, e uma boa leva de fundos aqui aplicados levantaram voo para ocorrerem a necessidades prementes noutros lados. Baixou a procura e aumentou a oferta, então o que sucedeu às cotações? Baixaram (ouvi dizer em uníssono)!
Mas dir-se-á: as economias asiáticas altamente pujantes porque haveriam de sofrer? A onda apareceu depois, mas a absorção de liquidez, dois meses mais tarde, lá veio roer a corda também. E nem falamos no motor psicológico constituído pelo sentimento negativo, disseminado “urbi et orbi” por informação instantânea e geral. Este desenho muito simplificado elucidará o leitor, quanto à mundialização e à vulnerabilidade na nossa pequena economia e ínfima Bolsa, tipo presépio. Aja em conformidade, caro leitor.
In “A Bolsa Para Iniciados”, de Fernando Braga de MatosEditorial Presença