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Xi e Biden ao telefone. Conversa "cândida" e "construtiva", mas com reparos parte a parte

Washington e Pequim deram conta de um diálogo "cândido" e "construtivo" entre os líderes das duas maiores economias. No entanto, houve espaço para críticas de parte a parte. Biden pôs o dedo na ferida relativamente ao apoio de Pequim à Rússia, enquanto Xi retorquiu com o caso de Taiwan. No comércio a troca de galhardetes foi na mesma linha.

Xi Jinping e Joe Biden
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 03 de Abril de 2024 às 10:31
Os presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping, conversaram, esta terça-feira, ao telefone, pela primeira vez desde 2022, garantindo que a troca de pontos de vista foi "cândida" e "construtiva".

Os líderes das duas maiores economias do mundo conseguiram manter uma aparência de estabilidade política apesar das profundas desconfianças mútuas entre os seus países, com os respetivos governos a prosseguirem com controlos à exportação, sanções e tarifas. Não obstante, procuraram um terreno comum em matérias como os riscos colocados pela inteligência artificial ou o combate a drogas como o Fentanil, um analgésico opioide com rápida ação, curta duração e elevada potência (100 vezes maior do que a da morfina).

A conversa ao telefone foi, como assinala a Bloomberg, cuidadosamente orquestrada, com Washington e Pequim a emitirem comunicados a darem conta de um diálogo "cândido" e "construtivo" relativamente a tópicos como a inteligência artificial ou o combate ao narcotráfico, mas também no domínio da cooperação militar ou no campo dos esforços ao nível das alterações climáticas.

No entanto, também foram tornados públicos reparos de parte a parte.

Segundo a Casa Branca, Biden levantou preocupações sobre o apoio da China à base industrial da defesa da Rússia, enfatizou a importância do  Estado de Direito e da liberdade de navegação no Mar do Sul da China. Em paralelo, também chamou a atenção para "as políticas comerciais injustas da China e as práticas económicas à margem das regras dos mercados" e "sublinhou que os Estados Unidos vão continuar a tomar as ações necessárias para evitar que tecnologias avançadas do país sejam usadas para minar a segurança nacional, sem limitar, de forma indevida, o comércio e o investimento".

Do lado de Pequim, Xi Jinping descreveu, de forma semelhante, a conversa, manifestando também preocupações sobre "vários fatores negativos", mesmo com a estabilização das relações entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente da China destacou a "infinita" lista de restrições de sanções de que é alvo o setor tecnológico da China, apontando que esse tipo de atitude está a criar riscos em vez de os minimizar. Em paralelo, também caraterizou o potencial envolvimento dos Estados unidos no apoio à independência de Taiwan como uma "linha vermelha".

"Não mude de direção, não crie problemas e não ultrapasse os limites", terá dito Xi Jinping a Joe Biden, segundo a imprensa estatal chinesa.

Esta foi a primeira conversa ao telefone entre os dois líderes desde 2022, embora tenham mantido um "one-on-one" em novembro, num encontro na Califórnia, altura em que concordaram comunicar de uma forma mais regular, uma vez que tinha volvido um ano desde as conversações anteriores.
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