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Von der Leyen alerta UE para estratégia chinesa de "dividir e conquistar"

A presidente da Comissão justificou as acusações com os exercícios militares que Pequim fez nas últimas semanas, nomeadamente perto da fronteira com a Índia e no Estreito de Taiwan.

Devido à bazuca europeia, Comissão Europeia será chamada a pagar cerca de 15 mil milhões por ano a partir de 2027.
Yves Herman/Reuters
18 de Abril de 2023 às 11:00
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A presidente da Comissão Europeia criticou hoje a "postura militar" e a "política de coerção económica" que a China adotou, e alertou os Estados-membros para a estratégia de "dividir e conquistar" seguida por Pequim.

"A China tem aumentado a sua postura militar e também amplificou a sua política de coerção económica, como já pudemos verificar, da Lituânia à Austrália", sustentou Ursula von der Leyen, no início da sessão do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).

A presidente da Comissão justificou as acusações com os exercícios militares que Pequim fez nas últimas semanas, nomeadamente perto da fronteira com a Índia e no Estreito de Taiwan: "A política da União Europeia de 'Uma China' é de longa data. Continuamos a pedir incessantemente paz e estabilidade no Estreito de Taiwan e opomo-nos fortemente contra qualquer alteração unilateral do status quo, em particular através do uso da força."

As ações de Pequim demonstram que o país "virou a página da era de reformas e abertura e avançou para uma de segurança e controlo", acrescentou von der Leyen.

"É necessário reconhecer - e dizê-lo - que as ações do Partido Comunista da China acompanham hoje as ambições há muito explanadas de endurecimento da postura estratégica do país", completou a presidente da Comissão Europeia perante os eurodeputados.

O discurso de von der Leyen tinha como tópico único a China e aquela que poderá - e deverá ser no seu entendimento - a relação dos 27 como um todo perante Pequim.

Segundo explicou aos eurodeputados, von der Leyen transmitiu ao Presidente chinês, Xi Jinping, que há oportunidades que podem ser aproveitadas com o estreitamento das relações com a China, mas também há linhas vermelhas intransponíveis, como a "condenação das violações dos direitos humanos em Xinjiang" ou a necessidade de transparência sobre os subsídios que dá a empresas chinesas e o respeito pela propriedade intelectual.

Há anos que a República Popular da China é acusada por várias organizações não-governamentais de violações dos direitos humanos e até de genocídio contra a população Uyghur, maioritariamente muçulmana. Há relatos de detenções em campos de concentração e de desrespeito pelos direitos básicos numa região onde se especula que haja cerca de 12 milhões de pessoas desta minoria étnica.

Ursula von der Leyen apelou também à união dos Estados-membros contra e a uma "forte coordenação entre as instituições europeias" para "aguentar uma estratégia de dividir e conquistar" que está a ser seguida pela República Popular da China: "É altura de a União Europeia mostrar que é a unidade que nos torna mais fortes."

Para isso, os 27 têm de "olhar para a resiliência" económica, nomeadamente, através da diversificação e fortalecimento de outras cadeias de abastecimento, olhando para as vulnerabilidades da economia europeia e fortalecendo "áreas-chave - a energia, a saúde e produtos farmacêuticos, a segurança alimentar e as capacidades de defesa".
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