A Volkswagen AG, a maior construtora automóvel da Europa, pretende fechar postos de trabalho no Brasil após a valorização do real ter prejudicado as exportações, noticia a Bloomberg.

«Os resultados da divisão brasileira ainda não estão num nível satisfatório», disse Bernd Pischetsrieder, CEO da empresa, a acionistas na assembleia anual realizada

«Isso deve-se à valorização do real e às perdas das exportações resultantes. A capacidade produtiva precisa ser corrigida no Brasil de modo a refletir essa situação», acrescentou, sempre citado pela Bloomberg.

O real subiu 71% em relação ao dólar desde 2003, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter promovido a alta da taxa de juros e o corte dos gastos do governo para fazer a inflação desacelerar no Brasil, a maior economia da América Latina.

A alta da moeda brasileira tem obrigado construtoras automóveis e outras empresas exportadoras instaladas no país a reduzir as suas vendas externas para conter seus prejuízos.

A Volkswagen, sediada em Wolfsburg, na Alemanha, cortará 25% do seu quadro de funcionários no Brasil, informou ontem a Agência Estado. A empresa despedirá 6.000 funcionários de um total de 24.000 trabalhadores que emprega no Brasil, segundo a Agência Estado, que atribuiu as informações à empresa.

A valorização do real em relação ao dólar e ao euro tem prejudicado as exportações do modelo Fox da Volkswagen, fabricado em São Bernardo do Campo (São Paulo), disse a empresa.

Os sindicatos que representam os trabalhadores da VW em São Bernardo do Campo reunira-se ontem para decidir se aceitarão os cortes, disse a porta-voz de um dos sindicatos.