Notícia
Villepin: "Europa não está à altura dos seus ideais"
O ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin afirmou hoje que actualmente a "Europa não está à altura dos seus ideais" e que é preciso refundá-la.
06 de Maio de 2011 às 18:56
"É preciso refundar esta Europa que está a ficar sem fôlego", afirmou Villepin, em entrevista à Lusa, à margem da sua participação nas Conferências do Estoril.
Para o ex-primeiro-ministro francês, a Europa enfrenta numerosos desafios e desde logo desafios económicos e financeiros "numa altura em que o crescimento europeu é muito baixo (dois por cento na melhor das hipóteses) se comparado com o de outras regiões do mundo, com os países emergentes que têm crescimentos da ordem dos 8, 10, 12 por cento".
A Europa também enfrenta desafios quanto ao seu papel no mundo dado que "tem dificuldade em fazer ouvir a sua voz", apontou.
"Vimo-lo quanto às divisões sobre a 'primavera árabe', a revolução tunisina, a revolução egípcia", afirmou, referindo que em relação à crise na Líbia também se registou uma divisão entre a França e a Alemanha quando foi votada no Conselho de Segurança da ONU a resolução 1973 que deu 'luz verde' à imposição de uma zona de exclusão aérea em território líbio.
A Europa também não tem no mundo "o peso que deveria ter", considerou, dando como exemplos o papel europeu no conflito israelo-árabe e no Afeganistão.
No Afeganistão, "a Europa devia ter sido a primeira a tirar ilações de uma presença (militar) de 10 anos que não permitiu resolver a crise", criticou, convicto de que em questões internacionais a Europa não tem sido em relação aos Estados Unidos um interlocutor capaz para "equilibrar o mundo".
"A Europa não está à altura dos seus ideais. Vemos isso no medo que assalta hoje os europeus, no populismo que se manifesta em países como a Finlândia, a Hungria, a Itália ou a França. Um populismo que assenta no medo, medo da imigração, medo dos outros, medo do Islão. Isto não está de acordo com a vocação da Europa", disse.
Villepin defendeu que a Europa deve assumir o seu modelo social e deve sobretudo "sair da impotência e do imobilismo" em que se encontra.
Para o ex-primeiro-ministro francês, a Europa enfrenta numerosos desafios e desde logo desafios económicos e financeiros "numa altura em que o crescimento europeu é muito baixo (dois por cento na melhor das hipóteses) se comparado com o de outras regiões do mundo, com os países emergentes que têm crescimentos da ordem dos 8, 10, 12 por cento".
"Vimo-lo quanto às divisões sobre a 'primavera árabe', a revolução tunisina, a revolução egípcia", afirmou, referindo que em relação à crise na Líbia também se registou uma divisão entre a França e a Alemanha quando foi votada no Conselho de Segurança da ONU a resolução 1973 que deu 'luz verde' à imposição de uma zona de exclusão aérea em território líbio.
A Europa também não tem no mundo "o peso que deveria ter", considerou, dando como exemplos o papel europeu no conflito israelo-árabe e no Afeganistão.
No Afeganistão, "a Europa devia ter sido a primeira a tirar ilações de uma presença (militar) de 10 anos que não permitiu resolver a crise", criticou, convicto de que em questões internacionais a Europa não tem sido em relação aos Estados Unidos um interlocutor capaz para "equilibrar o mundo".
"A Europa não está à altura dos seus ideais. Vemos isso no medo que assalta hoje os europeus, no populismo que se manifesta em países como a Finlândia, a Hungria, a Itália ou a França. Um populismo que assenta no medo, medo da imigração, medo dos outros, medo do Islão. Isto não está de acordo com a vocação da Europa", disse.
Villepin defendeu que a Europa deve assumir o seu modelo social e deve sobretudo "sair da impotência e do imobilismo" em que se encontra.