Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Ventura considera que "António Costa já chegou ao fim"

Quanto aos desafios eleitorais mais próximos, André Ventura traçou como metas "o melhor resultado" da história do partido nas europeias e "ser governo na Região Autónoma da Madeira já este ano".

29 de Janeiro de 2023 às 21:30
  • ...
O presidente do Chega, André Ventura, assumiu este domingo a conquista do Governo como "único objetivo" do partido, considerando que "António Costa já chegou ao fim".

"Eu garanto-vos que vamos lutar rua a rua, terra a terra deste país até sermos Governo de Portugal e vencermos o Governo de António Costa neste país, porque António Costa já chegou ao fim", afirmou, aos gritos, no discurso de encerramento da V Convenção Nacional do Chega, em Santarém.

André Ventura afirmou que "este partido não nasceu para protestar, este partido não nasceu só para conquistar ruas, para ter 15% ou 20% nas sondagens, para ter o terceiro maior grupo parlamentar, ou o segundo, este partido nasceu com um único objetivo, que era honrar esta bandeira [de Portugal] e governar em Portugal".

"É o único objetivo que temos e é só para ele que trabalharemos", indicou, afirmando que o "povo português" é "o único que pode estabelecer linhas vermelhas" quanto a um eventual governo de direita nas próximas eleições legislativas.

E deixou um aviso aos restantes partidos: "Os outros podem escrevê-las num papel, pô-las num guardanapo e atirá-las pelo carro fora porque valem para nós o mesmo que um cinzeiro mal lavado, valem zero", defendeu.

André Ventura considerou que outras forças políticas recusam acordos com o seu partido porque o Chega "exige uma justiça forte, o Chega quer punir pedófilos, o Chega quer uma carga fiscal mais baixa, porque o Chega vai para a rua e defende os professores, os profissionais de saúde" e "quer a prisão perpétua".

"Mas governar com um partido que tem um ex-primeiro-ministro a ser julgado por corrupção, nunca houve linhas vermelhas para esse partido", salientou, referindo-se a José Sócrates e ao acordo do BE e PCP com o PS.

André Ventura referiu igualmente que o Chega só obedecerá "a uma entidade", a única a quem presta "vassalagem", e "essa entidade é o povo português".

Quanto aos desafios eleitorais mais próximos, André Ventura traçou como metas "o melhor resultado" da história do partido nas europeias e "ser governo na Região Autónoma da Madeira já este ano".

O líder do Chega considerou também que as críticas de que é alvo vão fortalecer o partido.

"Quero prometer-vos aqui que à medida que nos atacam mais, que à medida que nos espezinham mais, que à medida que dizem que somos racistas, xenófobos ou fascistas, é nessa força que nós nos tornaremos mais fortes", salientou.

Indicando querer "conquistar as ruas", Ventura advertiu que "a esquerda bafienta e antiga, a esquerda estalinista que se achava dona dos sindicatos e da rua sabe que tem agora um inimigo mortal para a travar nas ruas".

O líder do Chega criticou também a "classe política privilegiada" e deu como exemplo que "o PCP nunca pagou um cêntimo de IMI na vida".

Num discurso de quase meia hora, Ventura "disparou" críticas em várias direções, num tom inflamado, e comprometeu-se a falar por aqueles "que perderam a voz", pelas "vítimas da corrupção", pelos retornados das ex-colónias e antigos combatentes, as forças de segurança ou os "professores desalentados".

No entanto, não apresentou qualquer proposta concreta para o país.

Indicando que não vê "linhas vermelhas para a corrupção", Ventura alegou que o país está "enredado em escândalos de corrupção, na apropriação do dinheiro dos contribuintes e a sua distribuição por décadas de clientelas", reiterando que a luta contra a corrupção será a "principal batalha" do Chega nos próximos tempos.

Ventura criticou também quem quer "reescrever a história" e indicou que o país dá "migalhas" e "quem trabalhou toda uma vida", mas "dá milhões a administradores da TAP, das reguladoras energéticas e aos que andaram entre o Governo e portas giratórias para a banca e para empresas públicas".

O presidente do Chega afirmou ainda que "há metade do país a trabalhar e metade a viver de quem trabalha" e recusou comprar a imigração atual à emigração de há umas décadas, apontando que os portugueses "nunca foram ao estado pedir um cêntimo".

Na plateia a ouvi-lo estavam vários representantes de partidos da extrema-direita europeia na plateia, que também discursaram no encerramento dos trabalhos, além de dirigentes do PSD, IL e CDS-PP e a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

Durante o discurso do líder do Chega, os delegados (que não enchiam o auditório do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas) iam reagindo com aplausos e gritos de "Ventura, Ventura" ou "vergonha, vergonha".

No final da intervenção, houve confetis e efeitos pirotécnicos na sala e ouviu-se o hino nacional.
Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio