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Sinais de abrandamento económico acumulam-se, diz INE

Atividade económica e consumo privado desaceleram, com quebra de confiança para níveis da chegada da pandemia. Pagamentos abrandam e vendas de cimento recuam.

ORESTIS PANAGIOTOU
18 de Novembro de 2022 às 11:30
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Os sinais de abrandamento económico estão a acumular-se em contexto de inflação elevada, resume esta sexta-feira o INE em síntese económica de conjuntura de outubro.

 

O quadro de indicadores disponíveis mostra a atividade económica e o consumo privado em desaceleração, com os últimos dados relativos à evolução dos preços do petróleo a apontarem para a manutenção da escalada dos preços da energia depois de a inflação anual ter ficado em 10,1% no mês passado, avançando mais oito décimas.

 

"Considerando a informação disponível para novembro, o preço médio do petróleo (Brent) atingiu 96,1 euros nos primeiros catorze dias, aumentando 1,4% face ao valor médio de outubro", assinala a publicação do INE.

Espera-se que o atual contexto de preços muito elevados deprima mais o consumo das famílias e o investimento, depois de o PIB do 3º trimestre ter tido uma evolução positiva, em 0,4%, face ao trimestre anterior, subindo 4,9% relativamente a um ano antes.

 

Nestes dados, verifica-se já uma desaceleração do consumo privado e do investimento, com o contributo positivo da procura externa líquida para o PIB também a diminuir.

Olhando para indicadores de curto prazo relativos ainda aos meses de agosto e setembro, reflete-se a tendência de abrandamento.

 

"O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, desacelerou significativamente em setembro, após ter acelerado em agosto, retomando o perfil de abrandamento registado entre março e julho e registando a taxa mais baixa desde março de 2021", escreve o INE.

 

Também o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas de questões em inquéritos qualitativos às empresas, "diminuiu entre agosto e outubro, reforçando o movimento descendente iniciado em março e atingindo o mínimo desde abril de 2021".

 

Já o indicador de confiança dos consumidores diminuiu em setembro e outubro, atingindo um valor próximo do registado em abril de 2020 no início da pandemia.

 

Com dados já relativos a outubro, a síntese do INE aponta para um abrandamento nas operações realizadas na rede multibanco. O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA cresceu, em termos homólogos, 12,9% (14,2% em setembro).

 

Outro indicador do último mês, refletindo o abrandamento de investimento, mostra uma diminuição de 1,2% nas vendas de cimento produzido em Portugal, comparando com um ano antes.

 

Também já disponíveis para outubro, as vendas de veículos ligeiros comerciais e de veículos pesados caem 20,6% e 15,3%,  respetivamente, em termos homólogos.

 

O mercado de trabalho, para já, continua a resistir ao abrandamento, apesar de uma subida ligeira na taxa de desemprego do 3º trimestre, que alcançou os 5,8%.

 

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