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Sector dos resíduos tem impacto total de 5,4 mil milhões na economia

A actividade do sector dos resíduos tem um impacto, directo e indirecto, de 5,4 mil milhões de euros por ano na economia portuguesa e gera 64 mil empregos, concluiu um estudo divulgado esta terça-feira.

Bloomberg
21 de Fevereiro de 2017 às 00:10
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Promovido pela Associação Smart Waste Portugal e realizado por consultores liderados por Augusto Mateus, o estudo traça um retrato do sector dos resíduos, com base em dados de 2014, e lista alguns pontos para uma estratégia até 2030, para concretizar a economia circular, que aposta na reutilização ou reciclagem do lixo, depois integrado nas matérias-primas, para preservar os recursos naturais.

 

O "Estudo sobre a Relevância e o Impacto do Sector dos Resíduos em Portugal na Perspectiva de uma Economia Circular" estima que a actividade desta área tenha gerado, em 2014, uma produção adicional na economia portuguesa de cerca de 2,9 mil milhões de euros, a que corresponde um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 1,3 mil milhões de euros, e cerca de 41 mil postos de trabalho, requerendo um acréscimo de importações de cerca de 657 milhões de euros. 

 

Naquele ano, o sector dos resíduos era formado por 2.705 entidades, que empregavam cerca de 23 mil trabalhadores e facturaram quase 2,5 mil milhões de euros. Mas, quando é analisado o impacto da actividade do sector dos resíduos, de forma directa, indirecta e induzida, a produção total atinge cerca de 5,4 mil milhões de euros e 64 mil empregos, segundo as contas da equipa de Augusto Mateus.

 

O sector foi responsável por cerca de 167 milhões de euros de investimento.

 

Os autores do estudo referem que em 2014 o saldo comercial do sector era excedentário em 249 milhões de euros, dos quais 126 milhões relacionados com a valorização de materiais, "demonstrando a capacidade dos materiais valorizados competirem internacionalmente".

 

Naquele ano, foram produzidos 14,6 milhões de toneladas de lixo, dos quais 4,7 milhões eram urbano e 9,9 milhões referia-se a resíduos sectoriais.

 

Do total, foram valorizados 75% dos resíduos, ou 10,8 milhões de toneladas - destes 66% tiveram como destino a valorização material e os restantes 9% a valorização energética -, enquanto 22% ainda vai para aterro.

 

Dos resíduos não valorizados, 2,3 milhões de toneladas são lixo urbano e 1,4 milhões são resíduos sectoriais, "o que constitui um enorme desperdício e oportunidades não aproveitadas", considera o trabalho.

 

Segundo as estatísticas oficiais disponíveis, cuja "robustez" levanta algumas dúvidas aos autores do estudo, Portugal produz por ano cerca de quatro quilogramas de resíduos sectoriais por trabalhador, um número cinco vezes menor que a média europeia.

 

Os sectores que mais resíduos valorizam relativamente àquilo que produzem, contribuindo para uma maior circularidade económica, são os da madeira e cortiça (93,8%), das máquinas, equipamentos e material de transporte (93,4%) e dos minerais não metálicos (91,3%), lista o estudo.

 

Nos últimos lugares da lista, aparecem os sectores da eletricidade, gás e água quente (18,4%) e o das petrolíferas (40,3%).

 

O estudo aponta entre as áreas prioritárias de actuação para o contributo para a economia circular a fabricação de máquinas, equipamentos e material de transporte, a construção, das metalúrgicas de base e produtos metálicos e do comércio e serviços, seguindo-se as indústrias extractivas, as alimentares, as bebidas e tabaco, as indústrias da moda (têxtil, vestuário), as químicas e farmacêuticas, ou a borracha e os plásticos.

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