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Rio Tejo vai ter duas novas travessias (act)

O ministro dos Transportes e Obras Públicas, António Mexia, já decidiu avançar com duas novas travessias sobre o Rio Tejo, uma rodoviária e outra ferroviária, sendo a primeira entre Algés e Trafaria.

18 de Janeiro de 2005 às 15:53
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O ministro dos Transportes e Obras Públicas, António Mexia, quer avançar com duas novas travessias sobre o Rio Tejo, uma rodoviária e outra ferroviária, sendo a primeira entre Algés e Trafaria.

No caso da rodoviária, a decisão já está tomada, no sentido de construir uma via, em ponte ou em túnel, no corredor Algés-Trafaria, permitindo o fecho da CRIL e a ligação ao IC22.

Esta travessia, que terá de ser negociada com a Lusoponte que tem o exclusivo da exploração rodoviária no estuário do Tejo, vai ser financiada com recurso ao «project finance», ou seja, com as receitas das portagens.

A nova travessia deverá contudo ser acompanhada da adopção de medidas de desincentivo à utilização do automóvel privado, como a introdução de portagens nos acessos à cidade, e de promoção ao transporte público. O corredor Algés/Trafaria é o que permite descongestionar esta entrada em Lisboa para além de concluir o anel rodoviário.

Ponte ferroviária Chelas/Barreiro é a mais provável

Em relação à nova travessia ferroviária no eixo Chelas/Barreiro como via de entrada em Lisboa da ligação de TGV de Madrid, a decisão de a construir ainda não está totalmente tomada, mas é neste momento muito «provável», admitiu António Mexia, na apresentação do projecto de ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Porto.

Embora tecnicamente seja possível utilizar a ponte 25 de Abril, o ministro reconhece que esta solução implicará perturbações no tráfego suburbano durante anos, em linha aliás com as recomendações da RAVE – Rede de Alta Velocidade.

No entanto, e dado o elevado investimento estimado para uma travessia, da ordem de mil milhões de euros, a decisão da terceira ponte ferroviária terá de ser muito detalhada e bem fundamentada aos contribuintes.

«Há aqui um ‘trade-off’ que temos de decidir e explicar bem às pessoas». A solução final, e o ministro considera a ponte Chelas/Barreiro como a mais provável, deverá ser apresentada em breve no quadro da ligação Lisboa/Madrid.

As decisões sobre as travessias do Tejo tiveram por base recomendações elaboradas por um grupo de trabalho, constituído pelo presidente do Conselho de Obras Públicas e Transportes, Natércia Cabral, a presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes, Marina Ferreira, e o especialista em transportes, José Manuel Viegas.

O relatório faz três recomendações importantes: não há economias de escala na solução conjunta de uma travessia rodo-ferroviária, a terceira travessia rodoviária deve ser feita no eixo Algés/Trafaria e que a travessia ferroviária é mais adequada ao projecto de alta velocidade é o Chelas/Barreiro, permitindo potenciar o tráfego e fechar o anel com a ligação para Sul já resolvida.

Questionado sobre o «timing» político destas decisões, em vésperas de eleições, o ministro considera que insustentável seria adiar tomadas de decisão sobre a gestão da mobilidade das pessoas, lembrando que qualquer um destes projectos demorará ainda anos a concretizar-se.

Segundo António Mexia, o que condiciona o país é não tomada de decisões ou avançar com decisões que não avaliem a relação custo/benefício, como aconteceu no passado.

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