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Rio aponta “erro grave” ao governo por causa do Avante. “Não tem racionalidade”

O presidente do PSD voltou a criticar a realização da festa do Avante, que terá lugar a poucos dias de todo o país passar ao estado de contingência. Para Rio, falha em primeiro lugar o PCP "que insiste em realizar" a festa, e depois o governo, "que o permite".

Rodrigo Antunes
01 de Setembro de 2020 às 12:50
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Rui Rio voltou a criticar esta terça-feira a realização da festa do Avante, sublinhando que se trata de uma "cedência especial" do governo ao PCP, no contexto da pandemia.

"Acho que há aqui uma cedência especial ao PCP", afirmou o presidente do PSD em declarações aos jornalistas acrescentando que a realização do evento "não se justifica" nem tem "racionalidade".

Questionado sobre se o combate à pandemia tem duas velocidades no país, Rio foi perentório: "Temos a velocidade normal, para tudo o que é normal no país, e uma velocidade especial para a festa do Avante".

O líder dos social-democratas referiu que até um jornal internacional de prestigio como o The New York Times destacou a realização do Avante como uma exceção na Europa, numa altura em que Portugal é visto como exemplo no combate à pandemia.

"Portugal já foi um exemplo positivo no estrangeiro na luta contra a pandemia. Infelizmente agora esta questão já é um exemplo negativo. Se já era mau, quando isto serve como exemplo negativo no estrangeiro ainda é pior. Espero que não tenha consequências ao nível da confiança em como estamos a combater a pandemia", acrescentou.

Além do PCP, Rui Rio apontou o dedo ao governo, que vai permitir a realização do evento menos de 15 dias antes de todo o país passar ao estado de contingência, por se prever que a propagação do vírus possa aumentar.

"O que o governo devia ter era coerência. Aqui não é falha, é erro grave, que é permitir um evento com 16.5000 pessoas quando sabemos que é isso que temos de evitar", afirmou. "Falha em primeiro lugar o PCP, que insiste em fazer a festa, e depois o governo, que o permite".

Ontem, foi conhecido o parecer técnico da DGS para a realização da festa do Avante, que limita a lotação do evento a 16.563 pessoas, um terço da capacidade do recinto.

No parecer técnico, a DGS considera que a tipologia do evento, que terá no lugar nos dias 4, 5 e 6 de setembro, "acarreta diferentes riscos" não só devido ao número de participantes como também às características do evento e aos comportamentos esperados.

"No contexto atual da epidemia em Portugal e, em particular, na AML, em situação de contingência, verifica-se, pois, um risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas", refere a Direção Geral de Saúde, acrescentando que, para minimizar os riscos de propagação, a organização deve reforçar as medidas no respetivo plano de contingência.

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