Notícia
Regulador critica "inconsistência" dos bancos com imparidades gregas
Algumas instituições financeiras deveriam ter assumido perdas maiores com a exposição à dívida grega, acusa o órgão que define as regras de contabilidade em carta enviada ao regulador de mercado europeu.
30 de Agosto de 2011 às 10:13
O "Financial Times" teve acesso a uma carta privada enviada pela Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados ao Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB, na sigla em inglês), que define as regras de contabilidade do sector financeiro.
O organismo defende que o registo de imparidades com dívida grega tem sido feito de forma “inconsistente” e que alguns bancos deveriam ter reconhecido perdas maiores no momento em que apresentaram os resultados do segundo trimestre.
“Este é um assunto que nos traz grande preocupação”, escreveu Hans Hoogervorst, o presidente do IASB na carta a que o "Financial Times" teve acesso.
A carta não especificou nomes de instituições, mas de acordo com fonte próxima da carta citada pelo "Financial Times", a preocupação do IASB está sobretudo relacionada com a abordagem feita pelo BNP Paribas (logotipo na foto) e pelo CNP Assurances.
Os bancos europeus signatários da proposta do Instituto Internacional de Finanças (IFF), que envolve a troca de títulos de dívida grega por obrigações de maturidade mais extensa, têm vindo a registar vários milhares de milhões de euros em imparidades com a dívida da Grécia.
Alguns bancos reconheceram uma perda média de 50% (ajustando aos preços de mercado secundário – “mark to market”) e outros em 21% (a perda média prevista na proposta do IIF – “mark to model”).
Os bancos que optaram por assumir perdas de 21% dizem que os dados do mercado secundário não são “fiáveis”, porque a liquidez é muito reduzida nesta altura. Mas o presidente do IASB salienta que estão, de facto, a ocorrer transacções, acrescentando que é difícil acreditar que um investidor esteja disposto a comprar dívida grega com apenas 21% de desconto face ao valor nominal.
O organismo defende que o registo de imparidades com dívida grega tem sido feito de forma “inconsistente” e que alguns bancos deveriam ter reconhecido perdas maiores no momento em que apresentaram os resultados do segundo trimestre.
A carta não especificou nomes de instituições, mas de acordo com fonte próxima da carta citada pelo "Financial Times", a preocupação do IASB está sobretudo relacionada com a abordagem feita pelo BNP Paribas (logotipo na foto) e pelo CNP Assurances.
Os bancos europeus signatários da proposta do Instituto Internacional de Finanças (IFF), que envolve a troca de títulos de dívida grega por obrigações de maturidade mais extensa, têm vindo a registar vários milhares de milhões de euros em imparidades com a dívida da Grécia.
Alguns bancos reconheceram uma perda média de 50% (ajustando aos preços de mercado secundário – “mark to market”) e outros em 21% (a perda média prevista na proposta do IIF – “mark to model”).
Os bancos que optaram por assumir perdas de 21% dizem que os dados do mercado secundário não são “fiáveis”, porque a liquidez é muito reduzida nesta altura. Mas o presidente do IASB salienta que estão, de facto, a ocorrer transacções, acrescentando que é difícil acreditar que um investidor esteja disposto a comprar dívida grega com apenas 21% de desconto face ao valor nominal.