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Recessão actual tem "profundidade e persistência sem paralelo nas últimas décadas"

O Banco de Portugal considera que a recessão actual é de uma "profundidade e persistência sem paralelo nas útimas décadas". No boletim económico da Primavera, acabado de divulgar, a instituição alerta que as medidas adoptadas pelos governos desde a "eclosão da crise" levaram a uma deterioração substancial dos défices orçamentais para este ano.

14 de Abril de 2009 às 15:44
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O Banco de Portugal considera que a recessão actual é de uma “profundidade e persistência sem paralelo nas útimas décadas”. No boletim económico da Primavera, acabado de divulgar, a instituição alerta que as medidas adoptadas pelos governos desde a “eclosão da crise” levaram a uma deterioração substancial dos défices orçamentais para este ano.

“O actual período recessivo a nível mundial, cuja profundidade e persistência não têm paralelo nas últimas décadas tem colocado importantes desafios às autoridades monetárias e orçamentais a nível global”, diz o Banco de Portugal nas conclusões do Boletim Económico de Primavera.

A instituição liderada por Vítor Constâncio alerta que algumas das medidas adoptadas pelos governos para reagir à crise “implicaram uma transferência de risco das instituições financeiras para o Estado”.

“Neste contexto, surge reforçada a necessidade de assegurar uma situação sustentável das finanças públicas no longo prazo”, refere o banco central.

Neste sentido, o Governo português precisa de agir com “prudência e critério na implementação de quaisquer medidas adicionais de caracter descricionário” que terão impacto no défice orçamental.

“No actual contexto de dificuldades no acesso a financiamento externo e de diferenciação dos custos da emissão de dívida soberana, aquela margem de manobra depende crucialmente da avaliação da sustentabilidade das finanças públicas”, refere o banco.

De acordo com as estimativas do BdP, o défice estrutural das administrações públicas situou-se em 4,6% do PIB em 2008 e deverá aumentar este ano.

“Estes níveis elevados sugerem a necessidade de traçar antecipadamente uma estratégia credível que assegure o retorno a uma trajectória de consolidação orçamental sustentada após o actual período de forte contracção da actividade económica”, conclui o banco liderado por Vítor Constâncio.

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