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Recessão na Alemanha é "cada vez mais provável", alerta Bundesbank

Os altos preços e a escassez de gás estão atualmente a forçar a Alemanha a reduzir o consumo, estando os setores intensivos em energia a ser fortemente penalizados.

Na Alemanha, a subida da dívida pública está limitada a 0,35% do PIB por ano.
Christian Mang/Reuters
22 de Agosto de 2022 às 15:03
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Uma recessão na Alemanha é "cada vez mais provável", sendo que a inflação vai continuar a subir, podendo chegar aos "10% em outubro", revelou esta segunda-feira o Bundesbank no relatório mensal referente ao mês de julho.

"A queda da produção económica nos meses de inverno tornou-se muito mais provável", refere o banco central alemão, adiantando que "neste inverno, o elevado grau de incerteza sobre o fornecimento de gás e os aumentos elevados dos preços irão provavelmente pesar ao nível das famílias e das empresas".

A maioria dos economistas vê atualmente uma recessão na maior economia da Europa como uma inevitabilidade.

Os altos preços e a escassez de gás estão atualmente a forçar a Alemanha a reduzir o consumo, estando os setores intensivos em energia a ser fortemente penalizados.

O Bundesbank realça ainda que "no geral, a taxa de inflação pode chegar a 10% no outono", advertindo para o facto de "o risco de subida da inflação ser alto, em particular no caso de uma corte completo do fornecimento de gás da Rússia".

Se assim acontecer, aumentará o risco de um "rápido aumento dos salários", sobretudo devido ao baixo nível de desemprego no país, o que pode "perpetuar a inflação elevada" devido a uma "espiral de preços e salários", avisa o Bundesbank.

Em 21 de julho deste ano, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a subida da taxas de juro na zona euro pela primeira vez em 11 anos.

Nesse sentido, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde aumentou para 0,5% (contra o anterior nível de 0%) da taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez avançou para 0,75% (de 0,25%) e a taxa de depósitos para 0% (face aos anteriores -0,50%).

Entretanto, a taxa de inflação tem vindo a acelerar devido à subida dos preços da energia, sendo que em julho atingiu um novo máximo na zona euro (8,9%) mas também no conjunto dos 27 Estados-membros (9,8%).

A próxima reunião do BCE para avaliar a evolução das taxas de juro está marcada para 8 de setembro.
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