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Rebeldes do Iémen garantem que não vão parar ataques no Mar Vermelho

O líder rebelde Mohammed al-Bukhaiti diz que os ataques só serão suspensos "se Israel parar com os seus crimes e começarem a chegar alimentos, medicamentos e combustível à população bloqueada" na Faixa de Gaza.

Reuters
19 de Dezembro de 2023 às 10:38
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Os rebeldes houthi do Iémen, apoiados pelo Irão, garantiram esta terça-feira que não vão parar de atacar navios comerciais no Mar Vermelho, apesar de os Estados Unidos terem anunciado uma nova aliança de proteção marítima.

"Mesmo que a América consiga mobilizar o mundo inteiro, as nossas operações militares não irão parar (...) quaisquer que sejam os sacrifícios que tenham de fazer", assegurou o líder rebelde Mohammed al-Bukhaiti numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).

Segundo al-Bukhaiti, os ataques só serão suspensos "se Israel parar com os seus crimes e começarem a chegar alimentos, medicamentos e combustível à população bloqueada" na Faixa de Gaza.

A declaração do líder houthi foi feita depois de o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ter anunciado na segunda-feira uma coligação de 10 países para impedir os ataques de mísseis e drones Houthi a navios que transitam pelo Mar Vermelho.

"A recente escalada de ataques imprudentes dos Houthi do Iémen ameaça o livre fluxo do comércio, põe em perigo a vida de marinheiros inocentes e viola o direito internacional", disse o chefe do Pentágono na segunda-feira.

A aliança, designada como Operação Guardião da Prosperidade, inclui os Estados Unidos, o Reino Unido, o Bahrein, o Canadá, a França, a Itália, os Países Baixos, a Noruega, as Seicheles e a Espanha, disse Austin.

Os rebeldes do Iémen lançaram uma série de ataques com drones e mísseis contra navios no Mar Vermelho, em resposta aos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.

Na segunda-feira, assumiram a responsabilidade pelo ataque a dois navios no Mar Vermelho, incluindo o norueguês M/T Swan Atlantic.

Os gigantes do transporte marítimo abandonaram o ponto de entrada e saída do Mar Vermelho, o estratégico Estreito de Bab al-Mandeb, que separa a Península Arábica de África e por onde passa 40% do comércio mundial.

Na semana passada, o secretário-geral da Organização Marítima Internacional, Kitack Lim, tinha pedido aos Estados-membros para tomarem medidas conjuntas contra o terrorismo marítimo.

"Os recentes relatos de ameaças feitas à navegação comercial no Mar Vermelho são extremamente alarmantes e inaceitáveis. A navegação comercial nunca deve ser vítima colateral de conflitos geopolíticos", sublinhou o líder da organização que faz parte da ONU, numa declaração enviada à Lusa.

"Qualquer ataque à navegação comercial é contrário ao direito marítimo internacional, incluindo as leis que protegem a liberdade", afirmou o secretário-geral da Organização Marítima Internacional (OMI).

Defendendo que "os navios, as cargas e os marinheiros devem ser sempre protegidos", Kitack Lim pediu aos Estados para trabalharem em conjunto "para garantir uma navegação global segura e sem entraves, em todo o lado, como um pré-requisito para a manutenção das cadeias de abastecimento mundiais".

Os Huthis, que controlam a capital iemenita e outras regiões, fazem parte do que descrevem como um "eixo de resistência" contra Israel, juntamente com grupos como o movimento de resistência islâmica Hamas e o Hezbollah libanês, apoiados pelo Irão.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando grupo islamita atacou, de surpresa e com uma força inédita, o território israelita, matando, segundo as autoridades de Telavive, 1.400 pessoas e fazendo mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais como água, medicamentos e combustível.

Embora os dois lados tenham feito uma trégua de alguns dias para troca de prisioneiros e acesso de ajuda humanitária, as autoridades palestinianas referem contabilizar mais de 15.000 mortos do seu lado.
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