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"Sócrates mentiu" e houve "participação governamental" no negócio PT/TVI

O deputado Pacheco Pereira defendeu hoje que o relatório da comissão de inquérito ao "caso TVI" diz "meias verdades" e afirmou estar certo que José Sócrates "mentiu ao Parlamento" e que "houve participação governamental" na operação.

18 de Junho de 2010 às 16:19
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O deputado Pacheco Pereira defendeu hoje que o relatório da comissão de inquérito ao "caso TVI" diz "meias verdades" e afirmou estar certo que José Sócrates "mentiu ao Parlamento" e que "houve participação governamental" na operação.

"Sim, o primeiro-ministro foi informado pessoalmente do que se passava e, por via indirecta, conhecemos indicações suas sobre o modo como os executantes deviam proceder. E, por isso, mentiu ao Parlamento", afirmou Pacheco Pereira, na declaração de voto individual que apresentou.


O deputado concluiu que "houve participação governamental" na tentativa de compra da TVI pela PT, em particular "com origem no primeiro-ministro e executada por quadros do PS colocados em posições cimeiras em empresas em que o Estado tem qualquer forma de participação directa ou indirecta numa tentativa de, em ano eleitoral, controlar vários órgãos de comunicação social, nomeadamente a TVI".

Apesar de considerar que o relatório diz verdades mas apenas "meias verdades", Pacheco Pereira justificou o voto favorável ao relatório por ser "injustificável que se possa inviabilizar a possibilidade" de a comissão chegar a conclusões.

Na descrição da operação, Pacheco Pereira refere que as iniciativas relativas à operação da TVI "são feitas em conjunto com a ‘aquisição’ eleitoral de Figo", revelam "indícios de financiamento partidário do PS e a participação na elaboração de listas de individualidades e medição da sua popularidade com o objectivo de integrarem as listas do PS".

No documento, com 21 páginas, Pacheco Pereira, o único deputado do PSD que consultou os resumos de escutas telefónicas a Armando Vara e Paulo Penedos, responsabiliza "aqueles que decidiram ignorar" as escutas por um "relatório que está longe de chamar as coisas pelo seu nome" e de "mostrar a plena gravidade do que aconteceu", impedindo assim "uma conclusão formal que obrigasse a consequências institucionais imediatas".

"Esta atitude tornou inócuo o relatório final, mas, no momento em que existir a reposição plena da verdade dos factos, perante todos os portugueses, haverá um julgamento político sobre o modo como esta CPI foi abusivamente impedida de chegar às conclusões a que poderia ter chegado", argumentou.

O deputado atribui especial responsabilidade ao relator, João Semedo, que "confundiu a sua posição de representante do BE com as posições que nessa condição tomou, com o facto absurdo num relator de não tomar conhecimento de todos os elementos legal e legitimamente enviados à CPI".
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