Notícia
"Colocar Rússia a um canto não resolve nada"
Amanda Akçakoca, analista do Centro de Política Europeia, em Bruxelas, afirma em entrevista ao Jornal de Negócios que a União Europeia não pode ter uma posição extrema e de força em relação à Rússia.
Amanda Akçakoca, analista do Centro de Política Europeia, em Bruxelas, afirma em entrevista ao Jornal de Negócios que a União Europeia não pode ter uma posição extrema e de força em relação à Rússia.
Qual a força que pode ter o contributo da União Europeia para a resolução deste conflito no Cáucaso?
A União Europeia não pode ter uma posição extrema e de força em relação à Rússia, o que resume esta tomada de posição da União Europeia a um forte comunicado a condenar o reconhecimento das regiões separatistas da Abkázia e da Ossétia do Sul. A Europa defende os seus valores e os interesses dos seus Estados-membros, mas quererá manter sempre os velhos canais abertos com a Rússia. Acredito que colocar a Rússia a um canto no cenário internacional também não resolve nada.
Numa eventual radicalização do discurso por parte da União Europeia em relação à Rússia, qual das duas partes é que ficaria mais prejudicada?
Este não é um plano em que só há um lado, são sempre precisas duas asas para voar. A elevada dependência energética de muitos países europeus em relação à Rússia coloca muitas dificuldades a uma tomada de posição mais dura por parte da União. No entanto, a parceria entre os dois blocos move interesses dos dois lados, é igualmente importante para a Rússia, para quem é fundamental o acesso aos mercados europeus. Uma das sanções de que se falava, que poderia passar pela limitação da emissão de vistos para cidadãos russos seria algo que teria muito impacto, mas que teria que ser feito caso a caso. A União Europeia não pode tomar uma decisão destas que prejudique tanto a sua imagem na Rússia.
A Rússia propôs hoje [ontem] um embargo de armas à Geórgia enquanto o presidente Mikheil Saakashvili estiver no poder. Como é que se pode interpretar esta recente posição da parte russa?
Esta é mais uma posição absurda e totalmente irrealista proposta pela Rússia. Não passa de propaganda. Aliás, os russos continuam a ser os reis da propaganda. Uma coisa é certa, em relação à estratégia de comunicação, a Rússia consegue estar melhor do que os outros porque fala quase a uma só voz, enquanto a Europa tem os seus vários líderes a exprimirem posições em público. A Europa tem que suprimir esta divisão interna e começar a falar a uma só voz.
Qual a força que pode ter o contributo da União Europeia para a resolução deste conflito no Cáucaso?
Numa eventual radicalização do discurso por parte da União Europeia em relação à Rússia, qual das duas partes é que ficaria mais prejudicada?
Este não é um plano em que só há um lado, são sempre precisas duas asas para voar. A elevada dependência energética de muitos países europeus em relação à Rússia coloca muitas dificuldades a uma tomada de posição mais dura por parte da União. No entanto, a parceria entre os dois blocos move interesses dos dois lados, é igualmente importante para a Rússia, para quem é fundamental o acesso aos mercados europeus. Uma das sanções de que se falava, que poderia passar pela limitação da emissão de vistos para cidadãos russos seria algo que teria muito impacto, mas que teria que ser feito caso a caso. A União Europeia não pode tomar uma decisão destas que prejudique tanto a sua imagem na Rússia.
A Rússia propôs hoje [ontem] um embargo de armas à Geórgia enquanto o presidente Mikheil Saakashvili estiver no poder. Como é que se pode interpretar esta recente posição da parte russa?
Esta é mais uma posição absurda e totalmente irrealista proposta pela Rússia. Não passa de propaganda. Aliás, os russos continuam a ser os reis da propaganda. Uma coisa é certa, em relação à estratégia de comunicação, a Rússia consegue estar melhor do que os outros porque fala quase a uma só voz, enquanto a Europa tem os seus vários líderes a exprimirem posições em público. A Europa tem que suprimir esta divisão interna e começar a falar a uma só voz.