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Quando a crise atinge os mais ricos

Milionário tenta vender um Aston Martin, que entrou num dos filmes do 007, depois de ter sentido uma quebra de 40% nos seus rendimentos.

Bloomberg
20 de Fevereiro de 2013 às 17:11
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A crise económica que se faz sentir na Europa impõe uma disciplina fiscal às contas das famílias, aos governos mais irrepreensíveis e, ocasionalmente, aos milionários. E o que faz um milionário quando é atingido pela crise? Normalmente, faz o mesmo que aqueles que não têm quantias avultadas nas contas bancárias: cortam nos bens supérfluos.

 

É o caso de Thomas Straumann, um milionário suíço que opera principalmente na área dos implantes dentários, que foi apanhado pelo flagelo e se vê obrigado a desfazer-se de alguns dos seus bens favoritos. Straumann, engenheiro de formação e descrito como um “bom vivant”, refere a Bloomberg, viu a sua receita líquida cair de 1,18 mil milhões de dólares para 708 milhões nos últimos dois anos.

 

Para preservar a sua fortuna, o milionário suíço está a desfazer-se alguns bens, como é o caso do seu Aston Martin DB5, um dos quatro usados por Sean Connery em “007 Operação Relâmpago”, de 1965. Straumann pede 4,6 milhões de dólares a quem quiser ficar com o DB5. O carro foi adquirido em 2006 por 2,9 milhões de dólares e foi restaurado depois da compra.

 

Contudo, não é só do Aston Martin que o suíço se vai desfazer. Straumann reduziu a sua participação para 17% na Straumann Holding AG, o fabricante de implantes dentários fundada pelo seu pai e avô. O preço dos títulos da empresa caiu, em seis meses, pela primeira vez em cinco anos, perdendo 69% do valor de mercado.

 

Além da redução na fabricante de implantes, o milionário quer vender dois hotéis e desfazer-se da sua participação na H.Moser & Cie, uma fabricante de relógios de luxo, onde já perdeu cerca de 100 milhões de francos suíços.

 

“O problema chave da crise financeira é que não se trata apenas de uma nos activos individuais, mas sim de uma crise global nos mercados financeiros”, considera Martin Brown, professor no Instituto Suíço de Banca e Finanças na Universidade de St. Gallen, citado pela Bloomberg. “Os ricos perdem mais, proporcionalmente”, acrescenta.

 

Straumann não é o único milionário a fazer contenção de gastos neste tempo de crise. O seu compatriota Andy Rihs, empresário no ramo de dispositivos médicos, anunciou em Janeiro a redução da sua participação na Sonova Holding AG, fabricante de aparelhos auditivos, de 7,6% para 6%, afirmando que necessitava de financiar outros dos seus negócios.

 

Outro dos milionários que viu a sua fortuna reduzida foi Robert Stiller. O fundador da Green Mountain Coffee Roasters perdeu a presidência da empresa depois de violar as regras, ao vender acções para compensar perdas da Green Mountain.

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