O líder dos sociais-democratas, Rui Rio, anunciou que o partido que dirige vai votar contra o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo para 2020, tal como já havia indiciado. Rio diz que o voto contra se baseia em argumentos "sólidos".

"Um voto contra tem de ser sustentado, não votar contra por votar. O voto contra do PSD tem argumentos e sólidos", afirmou Rui Rio, no encerramento das jornadas parlamentares que o PSD realizou na Assembleia da República. O discurso começou com acusações da falta de estratégia que vê no Orçamento apresentado pelo Governo de António Costa.

A proposta de Orçamento do Estado para 2020 será votada na generalidade na sexta-feira - não tendo ainda viabilização garantida -, na véspera das eleições diretas para a liderança do PSD, que Rio disputa com o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz.

Na ótica do líder social-democrata, "os orçamentos até aqui, os quatro anteriores, foram elaborados para agradar à esquerda e executados para agradar a Bruxelas. Este é apresentado para agradar à esquerda e será executado para agradar a Bruxelas caso Mário Centeno fique cá o ano todo". "Acho mesmo que não vai ficar", conclui Rio.

Rui Rio insistiu nas acusações de falta de transparência da parte do Governo, levantando a hipótese de que o PS nem tivesse intenção de executar parte das medidas que agora apresenta para aprovação. Paralelamente, afere que "o que correu pior", até agora, na discussão deste Orçamento, foi a falta de explicação dada pelos socialistas quando questionados sobre os "590 milhões de euros que se evaporam de um quadro para o outro" no documento.

Outras críticas prendem-se com o agravamento do défice externo, que considera "evidente", e também da dívida pública. Para Rui Rio, "não há neste orçamento uma aposta efetiva nas pequenas e médias empresas", que compõem a maioria do tecido empresarial português, "nem nas (restantes) empresas". "Se queremos atingir esses objetivos de crescimento e redução de endividamento externo, temos de ter uma situação que beneficie as PME", defende.

Ainda assim, Rio concede como um dos poucos méritos do Orçamento o de eliminar o défice orçamental e cumprir o Programa de Estabilidade.

(Notícia atualizada às 18:28)