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PRR: Sedes quer recuperação económica com ajudas financeiras e investimentos

A Sedes - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social defendeu esta quarta-feira a necessidade de adoção de uma estratégia de recuperação económica, combinando ajudas financeiras, investimentos públicos e apoios para empresas e famílias.

24 de Fevereiro de 2021 às 18:25
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"Os elevados níveis de incidência da pandemia, a lentidão na abertura da economia e dependência de setores (como o turismo) que registarão uma lenta recuperação, associados aos níveis elevados de endividamento da economia e do Estado, e às fragilidades que se anteveem em face do nível de moratórias e do previsível aumento do crédito malparado, não podem deixar nenhum português consciente indiferente", indicou, em comunicado, a associação.

Neste sentido, a Sedes defendeu ser necessário alcançar a imunidade de grupo, através de uma campanha de vacinação, a adoção de uma estratégia de recuperação económica e resiliência social, "combinando ajudas financeiras, investimentos públicos e incentivos às empresas e famílias", bem como de reformas e políticas económicas que levem ao crescimento económico.

A isto acresce assegurar que o crescimento económico é "social e territorialmente inclusivo", com o país dotado de infraestruturas e políticas que permitam responder a futuras crises.

Assim, segundo a SEDES, terão que ser utilizados, "de forma eficiente", os fundos europeus.

"É necessário, antes de mais, ter consciência que o facto de se dispor de um montante de 50 a 60 mil milhões de euros de transferência oficiais para a década de 2021 a 2030, equivalente a 25%-30% do PIB de 2020, não significa que os rendimentos dos portugueses cresçam de forma a aproximarmo-nos da média da UE", apontou, sublinhando que isto exige políticas orientadas para o crescimento e reforço da competitividade.

A associação referiu ainda que o programa de recuperação económica tem que ser baseado na recuperação da produtividade das empresas e no retorno dos trabalhadores, com setores como o turismo, hotelaria e restauração a receberem apoios por mais tempo.

Já para os restantes setores, o Estado deverá disponibilizar os recursos para estender empréstimos, pagamento de impostos ou moratórias, evitando insolvências, notou.

O programa de recuperação deverá ainda ter em conta o apoio à manutenção e expansão da capacidade instalada.

"O Plano de Recuperação e Resiliência em discussão pública não tem suficiente evidência de que responde às recomendações do Conselho Europeu sobre o Mecanismo dos Desequilíbrios Macroeconómicos, nem se apresenta orientado a uma estratégia de crescimento económico e de desenvolvimento da sociedade portuguesa. Nele não são percetíveis, nem uma visão estratégica ambiciosa para um crescimento robusto, nem medidas de política com fundamento técnico e científico suficientes", lamentou, apontando a digitalização como uma das políticas a seguir.

No que concerne à política energética, a associação quer uma "transição justa e equilibrada", com planos de médio e longo prazo produzidos por um "sistema eficiente de planeamento do Estado", em cooperação com empresas e centros de investigação.

A Sedes considerou também ser "crucial" assegurar um sistema de transparência, auditoria e controle de gastos, que impeça o desperdício de recursos.

"O país precisa de uma nova visão estratégica para a recuperação, que fortaleça as empresas e as instituições de forma a relançar o crescimento com metas ambiciosas através da modernização tecnológica e utilizando as melhores técnicas e as melhores práticas internacionais, para evitar uma nova crise financeira", concluiu.


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