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Principais bancos dos EUA alertam para perigo de excluir Rússia da SWIFT

Aumento da inflação, facilitação da aproximação da Rússia à China e o bloqueio de informação no Ocidente sobre as transações financeiras russas são algumas das consequências negativas apontadas por alguns dos principais bancos dos EUA.

Bloomberg
26 de Fevereiro de 2022 às 12:12
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Alguns dos maiores bancos norte-americanos alertaram o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre os perigos de expulsar a Rússia do sistema de troca de informação financeira SWIFT, destacando as consequências negativas globais.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que cita fontes financeiras, alguns dos principais bancos dos Estados Unidos da América (EUA), como o JPMorgan Chase e o Citigroup, avisaram o Presidente de que a retirada da Rússia deste sistema financeiro por onde passa a esmagadora maioria das transações bancárias internacionais, transmitindo 42 milhões de mensagens por dia, pode ter implicações contraproducentes.

Entre os efeitos negativos estão um aumento da inflação, a facilitação da aproximação da Rússia à China e o bloqueio de informação no Ocidente sobre as transações financeiras russas, além da possibilidade de encorajar a criação de um sistema alternativo que pode eventualmente prejudicar a supremacia do dólar no sistema financeiro internacional.

Segundo a Bloomberg, o governo norte-americano não descarta essa possibilidade, mas não está seriamente a ponderar tirar a Rússia da SWIFT, uma vez que isso isolaria completamente o país, incluindo as trocas energéticas que são permitidas ao abrigo das sanções atuais, e poderia ter mais ramificações, podendo causar uma crise energética na Europa e ameaçando o rendimento de muitos cidadãos russos.

A Sociedade para a Telecomunicação Financeira Interbancária Global (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication - SWIFT), com sede em Bruxelas, foi criada em 1973, juntando 239 bancos de 15 países, e evoluiu para "uma infraestrutura financeira global que está presente em todos os continentes, em mais de 200 países e territórios, e serve mais de 11 mil instituições em todo o mundo", segundo a informação oficial, e é encarada como o garante de pagamento de todas as trocas feitas entre empresas e países a nível internacional.

Os democratas e os republicanos na comissão das Relações Externas do Senado apresentaram duas iniciativas sobre as possíveis sanções, mas a proposta dos republicanos não fala na SWIFT, ao contrário da dos democratas, que autoriza o presidente a usar este sistema como uma das sanções possíveis.

Até agora, apenas um país, o Irão, em 2012, foi excluído, uma iniciativa que fez parte das medidas contra o seu programa nuclear.

O presidente ucraniano apelou este sábado à Alemanha e à Hungria para terem "a coragem" de aprovar a exclusão da Rússia da SWIFT, uma medida analisada pela UE em reação à invasão russa da Ucrânia, mas que está a encontrar algumas reticências por parte de Berlim e Budapeste.

"Quase todos os países da UE se pronunciaram já pela exclusão da Rússia da SWIFT", afirmou Zelensky numa mensagem de vídeo, na qual acrescentou: "Espero que a Alemanha e a Hungria encontrem coragem para apoiar esta decisão".

Na apresentação de um pacote de sanções à Rússia, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, detalhou que o alvo das sanções pessoais contra Putin é a "riqueza considerável" que o chefe de Estado russo controla diretamente e esconde através de intermediários.

"Canadá, Reino Unido e outros países acreditam que a Rússia deve ser excluída do sistema SWIFT e essas discussões continuam com os aliados europeus", frisou.

Em França, o ministro da Economia, Bruno Le Maire, anunciou na sexta-feira o congelamento de todos os bens de figuras políticas e económicas russas visadas pelas sanções.

"A nível nacional, pedi que recenseassem a integralidade de bens em França de personalidades políticas e económicas que tenham sido visadas pelas sanções. Vamos bloquear o acesso de todas estas personalidades aos seus bens em solo francês", declarou o ministro.

Quanto à exclusão do sistema SWIFT da Rússia, medida ainda não aplicada pela União Europeia, o ministro francês disse que houve reservas por parte de "alguns" Estados-membros", embora continue a ser uma opção.

"Falta a questão do SWIFT. É arma nuclear financeira, já que é o que permite o acesso das intuições financeiras russas a todos os estabelecimentos financeiros no mundo. Tivemos esta manhã [sexta-feira] uma discussão e dizemos que todas as opções estão na mesa, mas é preciso refletir antes de o fazer. Alguns Estados-membros mostraram algumas reservas e França não faz parte desses Estados", revelou o ministro ao ser questionado pelos jornalistas.
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