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Primeiro-ministro espanhol anuncia remodelação do governo

O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, anunciou hoje uma ampla remodelação do seu executivo, que envolve a saída de vários ministros, entre os quais o da Economia, Pedro Solbes, e a entrada de alguns pesos pesados da política socialista.

07 de Abril de 2009 às 14:02
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O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, anunciou hoje uma ampla remodelação do seu executivo, que envolve a saída de vários ministros, entre os quais o da Economia, Pedro Solbes, e a entrada de alguns pesos pesados da política socialista.

Alterações que, segundo referiu, estão ligadas ao facto de a "evolução do contexto político e situação económica exigir mudança de ritmo para enfrentar com mais força a etapa que agora começa" e que resultarão num executivo "forte, activo e com grande peso político".

Capaz, na opinião de Zapatero, de liderar a nova fase que "terá momento singularmente importante no primeiro semestre de 2010, em que Espanha ocupará a presidência da UE" e onde o combate à crise económica é "a máxima prioridade".

"Entrámos numa nova fase, uma fase decisiva", afirmou, recordando as medidas do governo para combater a crise que representam mais de 2% do PIB. "Temos que lutar contra a crise que temos mas também preparar as estruturas do país para a etapa que se abrirá quando a fase aguda da crise terminar", disse ainda.

"Temos que pensar no modelo económico que queremos, apostando na tecnologia, nas energias limpas, no sistema educativo, nas infra-estruturas do futuro. E enquanto isso, articular novas formas de produção e de trabalho", frisou.

Um dos aspectos mais significativos da remodelação é a saída do actual vice-presidente e ministro da Economia, Pedro Solbes, substituído por Elena Salgado, até aqui ministra da Administração Pública.

Saudando o papel de Solbes nos últimos anos, Zapatero explicou que a "missão fundamental de Salgado será "desenvolver a direcção integral da nova política económica", considerando "todos os elementos que fazem parte do futuro modelo". Para isso, explicou, Salgado terá "grandes doses de iniciativa, capacidade de diálogo e de coordenação em múltiplos temas".

María Teresa Fernández de la Vega mantém-se na vice-presidência e é criada uma terceira vice-presidência, de Politica Territorial, chefiada pelo actual presidente do governo regional da Andaluzia, Manuel Chaves, que já hoje apresentou a sua demissão da presidência andaluza.

Para Zapatero, a experiência de duas décadas de Chaves "à frente da maior comunidade autónoma espanhola" permitirá garantir que "todos os recursos públicos funcionam ao máximo rendimento e na mesma direcção".

"Pode conseguir que todas instituições e administrações públicas se incorporem na luta contra a crise, para somar e coordenar esforços", disse.

"Cada administração tem as suas competências mas problemas e objectivos são de todos. A colaboração intensa entre o Governo e as comunidades autónomas e autarquias é sempre uma prioridade política, mas hoje é-o muito mais. A coesão territorial é um complemento necessário da coesão social", afirmou.

Para o governo entra também o actual número dois do PSOE, José Blanco, que substitui Magdalena Alvarez na pasta do Fomento.

"O investimento público em infra-estruturas é o instrumento mais poderoso do Governo. Permite reduzir desigualdades, dar a todos as mesmas oportunidades de progresso, garantir todas as comunicações entre todos os cidadãos", disse.

"Esta nova etapa e esta tarefa requerem visão de conjunto, sensibilidade política e a capacidade de reconhecer as necessidades. José Blanco tem as melhores condições políticas e sociais para liderar as políticas de infra-estruturas de um governo socialista", disse.

Zapatero recordou que a remodelação surge num momento em que todos os governos "assumiram a gravidade da situação económica, tendo decidido (no encontro do G-20 em Londres) tomar medidas enérgicas para fazer frente a isso de forma concertada".

"As principais nações dos cinco continentes decidiram unir os seus destinos e partilhar politicas económicas.

A reunião do G-20 representa um grande passo em frente e um ponto de inflexão na resposta á crise", sublinhou.

Mais do que combater a crise e estabilizar o sistema financeiro, é vital, segundo Zapatero, "definir como deve ser economia do futuro" procurando que "as causas que produziram esta crise não voltem a acontecer".

"Os líderes reunidos em Londres não se limitaram a medidas imediatas mas assentaram as bases de uma nova ordem económica internacional. Um mandato que aponta ao horizonte da recuperação e exige mudança de ritmo nas nossas políticas económicas", sustentou.

A remodelação inclui ainda alterações noutros ministérios com Ángel Gabilondo, actual presidente da Conferência de Reitores, a assumir a tutela do Ministério da Educação, que terá uma nova secretaria de Estado responsável pelas Universidades, antes dependentes do Ministério da Ciência.

Ángeles González-Sinde, presidente da Academia das Artes e do Cinema, substituirá César Antonio Mollina como ministro da Cultura.

Trinidade Jiménez, até aqui secretária de Estado para a Ibero-america, foi promovida a ministra, tutelando a nova pasta de Saúde e Políticas Sociais, sendo que as questões sociais eram anteriormente responsabilidade da pasta da Educação.

Os anúncios foram feitos pelo primeiro-ministro espanhol depois de ao final da manhã as ter comunicado ao rei Juan Carlos, e após uma manhã intensa de encontros com os antigos e com os novos membros do executivo.

Com as alterações, Zapatero reforça claramente o cariz político do Governo permitindo fortalecer a resposta do executivo às crescentes pressões sobre a gestão da crise económica e, ao mesmo tempo, enfrentar a instabilidade parlamentar, onde os socialistas não têm maioria absoluta.

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