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Primeiro-ministro entende que emissão de mais moeda seria "péssimo sinal"

O primeiro-ministro disse hoje, na Golegã, que a discussão em torno do papel do Banco Central Europeu "não traz uma solução para o problema imediato" com que a Europa se confronta e frisou que a emissão de mais euros "seria um péssimo sinal".

Lusa 12 de Novembro de 2011 às 16:11
Questionado sobre a diferença de posições entre o Presidente da República e o Governo sobre o papel do BCE na resolução da crise europeia, Pedro Passos Coelho afirmou não poder haver “divergências” na interpretação sobre o papel do Banco Central Europeu, que “está muito bem descrito” no Tratado de Lisboa.

“O que há é pessoas que entendem que, para o futuro, talvez a Europa pudesse determinar coisas diferentes, pessoas que entendem que devíamos ter um Estado europeu, pessoas que entendem que devíamos ter um ministro das Finanças europeu ou um ministro do Tesouro europeu e por aí fora”, afirmou.

No seu entender, essa discussão, actualmente em curso, “não traz uma solução para o problema imediato” com que a Europa se confronta.

Lembrando que existe uma crise de dívidas soberanas na Europa, que não afecta apenas Portugal, Passos Coelho sublinhou que “se o BCE tivesse por função resolver o problema dos países indisciplinados, imprimindo mais euros, pura e simplesmente esse seria um péssimo sinal”.

No seu entender, tal actuação faria passar a mensagem de que não seria necessário rigor nem disciplina orçamental, porque o BCE imprimiria mais moeda.

“Na Europa isso já aconteceu há largas dezenas de anos e a Europa viveu uma guerra muito forte por causa disso”, afirmou, sublinhando que essa é uma “memória ainda muito acesa” na Alemanha e que muitos países “também têm esses receios”.

Para o primeiro-ministro, não há consenso quanto à ideia de “monetização dos défices” e, no seu entender, o caminho passa precisamente pelo contrário.

Passos Coelho reafirmou que os países que tiveram que recorrer à solidariedade dos outros Estados-membros têm a obrigação de devolver essa solidariedade em confiança de que são capazes de pôr as contas em dia.

“Quem quer pôr as contas em dia não começa por dizer ‘não quero pagar ou quero que seja o BCE a pagar’”, disse, sublinhando que não quer “embarcar na conversa fácil de dizer que é o BCE que tem que pagar a dívida de Portugal”.

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